08/03/2009

O MAGALHANÊS


Daniel Braga

Temos a nossa língua materna (com ou sem acordo ortográfico), temos a nossa língua regional, o Mirandês e como povo descobridor e inventor que somos encontrámos uma nova forma de escrever …o Magalhanês (para que não haja dúvidas, devo afirmar que a invenção do termo “ Magalhanês” não é da minha autoria!). Aqui fica o significado de tão estranho vocábulo…

Magalhanês = nova forma de escrita da língua materna no computador Magalhães.

Se não fosse sério dir-se-ia estarmos na presença de algo pertencente ao vasto anedotário nacional. Mas não…. um software gratuito traduzido por iniciativa de um imigrante português (com a 4ª classe) incluído nos cerca de 200 mil computadores já entregues aos nossos alunos mais jovens vem todo ele carregado de erros ortográficos não detectados nem pelo Ministério da Educação nem por uma qualquer comissão nomeada para que tudo estivesse a correr sobre rodas. Os jogos educativos têm instruções em português que são um verdadeiro festival de erros: ortografia, sintaxe e gramática, nada se aproveita tal o manancial de disparates que lá aparecem. O mais grave é nada ter sido detectado e vir agora o ME (Ministério da Educação) sacudir a água do capote, enfatizando o elevado grau educativo dos referidos jogos informáticos. Com um bocadinho de sorte ainda é o pobre imigrante português ( que fez o que pôde pois a mais não é obrigado) que leva com as favas e é “culpado” de tão tamanha aberração. E as questões que se põem não são menos delicadas….serão os programas substituídos? Quem arca com as responsabilidades? Quem irá suportar os custos dessa substituição? Quem fez a avaliação dos conteúdos e nada detectou? Se se fez esse controle dos conteúdos, então porque passaram incólumes erros tão grosseiros?
Ou muito me engano ou mais uma vez a culpa vai morrer solteira e as responsabilidades ainda vão cair em cima do pobre imigrante português que apenas tentou dar a sua parca contribuição para o “ enorme êxito” do Magalhães ( até o nosso “democrata” e “amigo” Hugo Chávez da Venezuela falou dele com tanto entusiasmo J…).