Mário Russo
Tem-se malhado na crise por todos os lados. Já há diagnósticos em todas as frentes. Os especialistas já identificaram o que correu mal. Parece mesmo que o que falta é caminhar rumo a uma saída. No entanto, parece que se caminha é para ver no que vai dar.
A maior das causas é a falta de confiança. Ora bem, e como é que se perde a confiança? É óbvio que é pela actuação pouco séria de quem tinha de nos defender dos malabarismos financeiros e contabilísticos que mascarou a gigantesca roubalheira.
Por isso, não entendo as desculpas para se avançar a sério e acabar com os off-shores. Mais espantado porque afinal o nosso é muito bom. Os dos outros é que são maus. Mas tem mais. Só se avança com o fim desses mercados onde se praticam ciências económicas ocultas (fora o da Madeira, que é nosso, e os nossos contrabandistas são melhores que os do vizinho), se todo o mundo o fizer.
Ora como os outros países estão a pensar o mesmo, nada se faz. As raposas continuam a guardar o galinheiro. Parece que se vai fazer algo, mas está tudo na mesma. Assim não dá.
Quem está com emprego e poderia consumir retrai-se e com isso não há massa monetária a circular, cai o comércio e com este a indústria. Logo a seguir é o emprego, o nosso. Ou seja, é preciso consumir, com moderação, mas consumir o que é nosso, porque estaremos a proteger os nossos empregos. Onde se reforça a estabilidade no emprego? Em medidas estruturais e temporárias diminuindo ao máximo os custos sociais que as empresas têm com os assalariados, desde que estas garantam os postos de trabalho por período igual à excepção. Não pode o governo esperar para ver, porque será pior.
Nesta altura, é pura demagogia alguém pensar que está em melhor posição que Sócrates para resolver a crise, que não está. O nosso problema é que a progressiva perda do capital de confiança com que Sócrates foi investido, não acende a chama necessária para que as pessoas tenham confiança no futuro e nos seus postos de trabalho. Não temos, por isso, o tal capital de confiança, nem no governo, nem na oposição (existe?). Isto é que é dramático. A nossa crise é interna e externa.
Veja-se o caso dos juros a descer, mas sem se reflectir no mercado, pelo contrário. Veja-se o lucro anunciado pela Galp em plena crise, fruto da política de preços num só sentido (o do aumento). Há consequências desta desregulamentação? Alguém tem medo dos reguladores? Até se riem. Como poderemos ter confiança em quem nos governa ou regula o sector financeiro? Pode restabelecer-se a confiança assim? Agora é que vale dizer: “Jamais”.
Tem-se malhado na crise por todos os lados. Já há diagnósticos em todas as frentes. Os especialistas já identificaram o que correu mal. Parece mesmo que o que falta é caminhar rumo a uma saída. No entanto, parece que se caminha é para ver no que vai dar.
A maior das causas é a falta de confiança. Ora bem, e como é que se perde a confiança? É óbvio que é pela actuação pouco séria de quem tinha de nos defender dos malabarismos financeiros e contabilísticos que mascarou a gigantesca roubalheira.
Por isso, não entendo as desculpas para se avançar a sério e acabar com os off-shores. Mais espantado porque afinal o nosso é muito bom. Os dos outros é que são maus. Mas tem mais. Só se avança com o fim desses mercados onde se praticam ciências económicas ocultas (fora o da Madeira, que é nosso, e os nossos contrabandistas são melhores que os do vizinho), se todo o mundo o fizer.
Ora como os outros países estão a pensar o mesmo, nada se faz. As raposas continuam a guardar o galinheiro. Parece que se vai fazer algo, mas está tudo na mesma. Assim não dá.
Quem está com emprego e poderia consumir retrai-se e com isso não há massa monetária a circular, cai o comércio e com este a indústria. Logo a seguir é o emprego, o nosso. Ou seja, é preciso consumir, com moderação, mas consumir o que é nosso, porque estaremos a proteger os nossos empregos. Onde se reforça a estabilidade no emprego? Em medidas estruturais e temporárias diminuindo ao máximo os custos sociais que as empresas têm com os assalariados, desde que estas garantam os postos de trabalho por período igual à excepção. Não pode o governo esperar para ver, porque será pior.
Nesta altura, é pura demagogia alguém pensar que está em melhor posição que Sócrates para resolver a crise, que não está. O nosso problema é que a progressiva perda do capital de confiança com que Sócrates foi investido, não acende a chama necessária para que as pessoas tenham confiança no futuro e nos seus postos de trabalho. Não temos, por isso, o tal capital de confiança, nem no governo, nem na oposição (existe?). Isto é que é dramático. A nossa crise é interna e externa.
Veja-se o caso dos juros a descer, mas sem se reflectir no mercado, pelo contrário. Veja-se o lucro anunciado pela Galp em plena crise, fruto da política de preços num só sentido (o do aumento). Há consequências desta desregulamentação? Alguém tem medo dos reguladores? Até se riem. Como poderemos ter confiança em quem nos governa ou regula o sector financeiro? Pode restabelecer-se a confiança assim? Agora é que vale dizer: “Jamais”.