António Costa
A crise Internacional que afecta as economias desenvolvidas a nível global, está a mergulhar os países desenvolvidos numa verdadeira crise económica e social sem precedentes. Os dados hoje publicados demonstram bem a brutalidade da contracção que estamos assistir e como os estímulos económicos protagonizados por alguns estados estão a falhar. Durante o quarto trimestre de 2008, a Zona Euro registou uma contracção de 1,5%, superando todas as estimativas dos economistas, o que eleva os receios da região estar a enfrentar uma recessão mais profunda que o antecipado. Já no que toca à economia Portuguesa, a situação é dramática. A economia portuguesa registou o terceiro pior desempenho entre os países da UE no quarto trimestre de 2008, com uma contracção superior a 2%, valor que não se assista já à muitos anos. Se bem se lembram, eu em Setembro do ano passado, frisei que a economia Portuguesa jamais iria crescer da forma como o governo o anunciava, e previ mesmo uma recessão no final do ano ou mesmo no inicio de 2009, e aí está ela 2% de quebra ( Brutal ). Para o ano de 2008, o Governo previa um crescimento de 0,8% do PIB, depois de ter revisto em baixa a sua previsão inicial de uma expansão de 2,2%, com este número final, o crescimento foi "0" ZERO. O recuo do Produto Interno Bruto no último trimestre de 2008 é explicada em parte pela diminuição das exportações portuguesas, mas também pela procura interna que caiu de forma brutal. O actual nível fiscal a que as famílias estão sujeitas em cenário de crise desta natureza é insustentável, daí que estes números não são uma surpresa. Mais, de acordo com o actual cenário e com o aprofundar da crise em quase todos os sectores, apontem para um recuo do PIB neste trimestre na ordem dos 1.4 a 2.5%. Estimular a economia com ajudas ás empresas e sem o devido acompanhamento aos consumidores, é um esforço em vão. Sem incentivo fiscal como estimulo ao consumo, o país vai-se enterrar ainda mais.