07/02/2009

A DISTANÁSIA, a EUTANÁSIA e Eluana Englaro


O governo italiano de Sílvio Berlusconi adoptou em (06/02/2009) um decreto-lei para impedir a suspensão de alimentação a Eluana Englaro, uma mulher em coma há 17 anos, depois de a justiça ter determinado o seu direito a morrer, a pedido da família.
A fim de esclarecermos o Mundo, os Governos, as Religiões e a maioria dos homens, analisemos este assunto à luz da Espiritualidade e do Conhecimento Cósmico – da Lei Divina. Se é censurável em face da Lei Divina, a EUTANÁSIA, ou seja, a morte sem sofrimento, a morte feliz no sentido orgânico, a “morte fácil”, liquidando a vida física daquele que sofre atrozmente, também é preciso evitar-se cair no extremo oposto da “DISTANÁSIA”, ou seja, provocar a “morte difícil”, tornando-a demasiadamente dolorosa mediante um retardamento compulsório e artificial, impondo ao moribundo mais alguns dias, meses ou anos de vida completamente inútil! (…)
Prolongar a vida, só é justa e aconselhável quando a criatura ainda apresenta condições mínimas, orgânicas, que lhe permitem reviver. Certas vezes, é quase prova de um sadismo inconsciente o esforço mórbido de se manter vivo o frangalho humano, cujo espírito já anseia pela libertação justa e venturosa. É algo inquisitorial sustentar-se esse moribundo. Em tais casos a Medicina não vence a morte, mas apenas prolonga uma vida incerta, cruel e desnecessária, adiando um acontecimento fatal a todos os seres. Não é caridade o prolongamento artificial de um corpo exaurido de vida e que já perdeu todas as oportunidades de viver e que palpita, exangue, amarrando o espírito à carne atroz! Referimo-nos, pois, ao prolongamento de um sofrimento “inútil”, e não à função benfeitora da dor, que até o último instante de vida do ser, atende aos desígnios do Alto. Portanto, NÃO à DISTANÁSIA, que é o caso de Eluana Englaro! (…)
À maneira de um vaso vivo, a receber a carga venenosa vertida do perispírito pelo mecanismo drenador e purificador, o corpo carnal do homem torna-se um excêntrico “fio-terra” dessa limpeza cruciante mas benéfica.
A vaidosa sabedoria humana ignora que, sob tal decisão tresloucada da eutanásia, o espírito transfere para a próxima encarnação a mesma experiência dolorosa, e a expurgação tóxica fluida mais se avoluma, impedido pela eutanásia. Sob a técnica sideral, o processo higiénico drenador fica interrompido, mas não solucionado, porque só se completa pela transferência total de certo quantum de toxicidade do perispírito para o mata-borrão do corpo carnal.
Conforme a Lei do Carma, cuja finalidade é reajustar o “pecador”, e não puni-lo, todo o recurso terapêutico perispiritual, não terminado pela interrupção indevida, deve ser recomeçado para compensar a sua inutilização anterior. Daí o motivo porque a criatura desligada do seu corpo doente antes do prazo previsto, pela prática da eutanásia, para expurgar o tóxico opressivo do seu perispírito, tem de recomeçar toda a operação sacrificial drenativa interrompida
Por isso, o “homicídio piedoso” pela eutanásia é mais propriamente fruto do sentimentalismo e da ignorância espiritual da família, acrescido do desconhecimento dos médicos quanto aos processos purificadores do espírito. Assim, o doente fica impedido de terminar a sua transferência tóxica para o organismo físico, sujeito à dependência de uma nova oportunidade semelhante noutra encarnação, a fim de solucionar o problema da sua purificação perispiritual, para poder alçar voos mais altos.

GUILHERME DE ABREU CORREIA