15/12/2008

Sweet Sertralina


Doce,
amarga na euforia.
Biombo das dores
oculta os ais
e escorre a vida... feliz.
Cadê meu comprimido?
Já desceu pelo canal da garganta?
E cadê eu que não me encontro
com a minha dor?
Cadê meus ais,
e sei lás?
Onde foi parar a lágrima
que nascia, eterna,
entre a ladeira do nariz
e o túnel dos olhos?
Ah, sweet sertralina,
tão doce como os adoçantes,
artificiais...

Marcia Frazão

escritora e poetisa