António Costa
Na passada sexta-feira fiquei estupefacto por saber que o Governo através de uma portaria, iria abrir portas à possibilidade de os funcionários públicos em actividade ou já aposentados recorrerem a empréstimos do Estado. Esses empréstimos deveriam ser usados para pagarem determinados encargos caso os funcionários se encontrassem em risco de ficar numa situação financeira de emergência, provocada pelo aumento da renda ou das prestações da casa, mas também por motivos de saúde, realização de obras, funerais ou situações de desemprego na família. Este apoio reembolsável poderia chegar aos 2648 euros. O que mais me revoltou nesta propaganda politica não é propriamente a ajuda dada aos funcionários públicos, que diga-se é sempre bem- vinda, o problema aqui coloca-se no porquê das outras classes sociais não serem também abrangidas. Este fundo, digamos assim, seria um acto louvável se fica-se ao dispor de todos os contribuintes em situação regular, pois não é a função pública a que mais está sofrer com esta crise, são as outras classes socais que vivem em agonia persistente graças ás financeiras e bancos que operam em Portugal a cobrarem 28% de TAEG anual nos créditos, isto sim, é um roubo em qualquer nação. O Estado deveria era abrir uma linha de crédito aos Portugueses com juros bastante acessíveis, de forma acabar com este tipo de negócio que se vem alimentando ainda mais dos portugueses aflitos e sem possibilidades, e daqueles que também não têm acesso aos créditos bancários. Será assim tão difícil de ver ??? Esta propaganda politica anunciada, só servirá ainda mais para alimentar a opinião publica contra os funcionários públicos, talvez seja mesmo essa a principal intenção, não propriamente uma acção de caridade. São mais os críticos da acção do que os favoráveis a tal. Enfim, Sócrates mais uma vez demonstra como em Portugal é fácil governar, desgovernando.
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