12/11/2008

I HAD A DREAM...


Isabel Carmo

Pois é verdade, tive um sonho, mas já acordei há bastante tempo… Por muito estranho que possa parecer, sonhos todos temos, só que alguns têm sonhos de maquiavelismo, com o fim de fazer de conta que estão a fazer um “papelão” mas apenas estão a fazer o seu “papel”…
No meu sonho havia já sido eliminada a prepotência, a arrogância, a intransigência, a teimosia… a outros atributos que são característica de incompetências e de formas de fazer de conta que se é muito bom. Mas ao ter acordado há tanto tempo do meu sonho, constatei que na realidade todo o meu sonho não passara de sonho.
Hoje muito bem acordada e depois de ter amadurecido os meus pensamentos no que respeita à manifestação dos senhores professores, com a qual estou de pleno acordo, tenho de concluir que há aqui qualquer coisa que transcende as nossas mentes… será que o QI deixou de ser levado em consideração para aqueles que têm de exercer cargos de tão elevada nobreza?
O professor tem uma tarefa sumamente importante na transmissão de conhecimentos e formação geral, daqueles a quem dedica a sua actividade. Mas o docente é um ser humano. Não é possível exigir mais a um ser humano do que o que for para além das suas capacidades vitais.
A tarefa de um docente é ensinar, ou seja, transmitir conhecimentos. Ora os conhecimentos têm de ser actualizados constantemente, por isso a tarefa dos professores é cansativa, trabalhosa e plena de responsabilidade. Não se pode deixar para depois, porque as mutações são constantes e por isso as actualizações também. Mas ainda há factores de sobremaneira importantes que devem ser considerados. Um docente respeitando a sua actividade, encara as suas turmas como um aglomerado de seres humanos como ele, e por tal tem de adaptar a sua forma de transmitir esses conhecimentos, estudando os seus alunos e qual a melhor forma de os sensibilizar para as matérias que lhes está a ministrar. Além disso ainda é interessante a tarefa de adaptar as matérias dos manuais às realidades de receptividade dos alunos, sejam elas quais forem e sejam quais forem as suas idades, e/ou o meio onde estão inseridos e todas as outras condicionantes existentes, nesta transmissão de conhecimentos.
Para casar o meu ponto de vista com as realidades actuais, li o Decreto-lei nr.15/2007 (II), artigº 44º - Processo de avaliação do desempenho – a consultar em
http://avaliacaodesempenho.te.pt/. A minha opinião é que há demasiada burocracia e perda de tempo para se constatar a realidade dos factos – interessar as crianças e os jovens na actividade de aprendizagem. O ir à escola tem de ser um acto de prazer e não uma “estopada” quer para alunos ou docentes. Outro, porque não outros aspectos a ter em linha de conta, é o facto de não se poder ser completamente imparcial numa avaliação dentro destes moldes. Sejamos coerentes. O grau de insatisfação já atingiu um patamar que não permite imparcialidades. O jogo posto a circular de que uns querem e fazem e outros não, é para dividir, para comandar.
Sem querer ser demasiado longa, ainda acrescento que no processo de avaliação de desempenho, cada docente deve apresentar evidências do desenvolvimento do seu percurso profissional… muito vago! Foram dados instrumentos suficientes aos docentes até à data, para que com toda a seriedade pudessem fazer essa sua auto-avaliação? Há percursos, variáveis e revezes que nunca poderão ser equacionados com toda a limpidez… Vamos reflectir para sermos imparciais na forma de ajuizar e opinar.



frequente no blogue , professora e poetisa