04/09/2008

SEM LUGAR NAS ESCOLAS


Isabel Carmo



De há uns anos a esta parte, dedico-me a dar atenção a um problema que me deixa, não só apreensiva, como revoltada.

Ouvi nos noticiários e li em dois ou três jornais sobre a usual “história” da colocação de professores, ou melhor, das suas não colocações… Consultei as listas, como costumo, porque tenho um amigo que, tem sido uma das vítimas da situação… felizmente este ano não foi… mas há muitos outros.

Pensei não dizer nada, mas não vou calar o que tenho como opinião, depois de ler o excelente texto do Joaquim Jorge. Admiti comentá-lo, mas depois decidi que, como gosto de fazer, pegar no que ele diz e acrescentar as minhas “raivas” no bom sentido.

Ora bem, penso que ensinar é uma nobre missão, e só segue a carreira de docente quem sente vocação, para além de estar habilitado para tal (infelizmente não é bem assim, porque há quem esteja habilitado, mas não saiba transmitir conhecimentos e outros há, que os motivos de saúde não lhes permitem ser mais eficientes. São casos a considerar, com o merecido respeito).

No seguimento da linha de pensamento, uma das coisas que mais me entristece, é o facto de para além de não serem colocados muitos professores, também existem situações em que o respectivo subsidio de desemprego não se lhes aplica, dado as condições que o Ministério da Educação lhes criara no ano anterior… Injustiça! Mas a injustiça não acaba aqui… vamos olhar para os estudantes um momento, para considerarmos injusto deixar um considerável número de alunos numa sala de aula, sem que tenham oportunidade de mostrar que os seus graus de aprendizagem não são todos iguais. Até percebo porque já ouvi desfeitear a psicologia…

Um outro aspecto que me espanta é a forma como se trata a educação/conhecimento… Para transmitir educação é necessário que sejamos educados e os conhecimentos só podem ser transmitidos por quem os tem e os sabe transmitir… Não basta dizer que tem um “canudo”, é necessário saber usá-lo.



frequente no blogue, professora e poetisa