Joaquim Jorge
Sendo Fernando Gomes o melhor presidente da CMP depois do 25 de Abril, as gentes do Porto, apesar de ser compreensível no aspecto profissional, ainda não lhe perdoaram a infeliz ideia de ir para Lisboa. O PS não está isento de responsabilidades, por isso, não compreendo que lhe seja pedido para encabeçar uma lista para a Assembleia Municipal. Aliás, seria de bom senso não estar a falar em lugares, visto que está a decorrer uma campanha para eleições distritais no partido onde já foram denunciados problemas processuais, insinuações, nepotismo, despotismo, viciamento, clima de intimidação e manietação. Esta falta de equidade é um mau exemplo de democracia interna que não se coaduna com uma posição superior de Fernando Gomes e da qual já foi vítima. A possível lista de Elisa Ferreira será constituída por gente do MIC, responsável no Porto por Manuel Alegre não ter ido à segunda volta das eleições com um resultado muito abaixo da média nacional. Fernando Gomes, e quem o convidou, está a partir do princípio que já venceu antes de haver eleições, o que me deixa perplexo. Fernando Gomes deve pairar acima destas tricas e questiúnculas partidárias, lembrando que a criminalidade que assola o país vem-lhe dar razão. O bichinho da política é incontornável mas às vezes deve-se dizer não. Só deve aceitar encabeçar essa lista se for José Sócrates a pedir-lhe pessoalmente. Não nos podemos esquecer que foi quem o indicou para administrador da Galp, entendido como um serviço ao PS, isto é, uma missão.
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