Joaquim Jorge
Uma democracia e respectivas eleições não se coadunam no mundo ocidental com falhas na transparência : impossibilidade de órgãos de comunicação social cobrirem presencialmente , este acontecimento ( SIC , Expresso, Visão , Público , Rádio Renascença , etc. ) ; observadores falam em ilegalidades devido à falta de cadernos eleitorais ; Ana Gomes afirmou que o eleitorado de Luanda mais esclarecido e crítico não teve possibilidade de votar ( das 320 assembleias de voto só 48 estiveram a funcionar ).
A votação do MPLA a rondar os 80% fica aquém do controle esmagador em meios e propaganda política . Está no poder há 33 anos ,deveria ter perto de 100% dos votos !
Repetir as eleições aonde se verificou anomalias é o mínimo. O petróleo não é tudo na vida , juntando os diamantes . Não nos podemos esquecer dos 17 milhões de habitantes , 68% da população segundo dados da OCDE , vive abaixo do limiar da pobreza. A tremenda desigualdade social e a corrupção na pesada máquina estatal é uma característica de Angola. Acresce a tudo isto que as organizações de direitos humanos tem alertado sobra a violência política e outros sinais preocupantes como obstáculos da imprensa estrangeira para cobrir estas eleições.
O Governo português faz tábua rasa desta situação . O querer manter uma boa relação a qualquer preço mostra o lado repugnante de quem comanda a política são os negócios.