30/05/2008

Oposição credível precisa-se urgente


Mário Russo


É curioso haver candidatos a PM e não haver (?) um para o PSD. Esta afirmação de Joaquim Jorge é lapidar. Julgo que é da maior importância para o nosso país haver um partido na oposição que seja alternativa credível. Por isso me interessa a questão da liderança do PSD, como patriota que sou.

Um partido com liderança pode traçar um rumo que leve os portugueses a acreditar no país. José Sócrates já não conseguirá maioria absoluta e não ganhará se o PSD tiver uma liderança forte e credível, com um projecto claro e alternativo ao que está a sufocar o país.

Sócrates já não tem mais credibilidade, arruinada em sucessivos episódios de falta de carácter, de ética e por usar a mentira como forma de afirmação. Exigente apenas para com os outros, vem esfolando vivo o povo, que se esvai em impostos e mais impostos. Não tem dimensão política nem social que se exige a um estadista. Ainda vai tendo público porque o nosso “povão” é pouco exigente e, sobretudo, inculto e ignorante.

O mal que padece os líderes do PSD mais recentes, é a ansiedade. E isso mata-os a todos. Assim sucumbiu Luiz Filipe Menezes, sem grande surpresa para mim quando constatei a sua deriva constante e profunda inconsistência de ideias que flutuavam ao sabor das ondas, pese embora a sua trajectória louvável em Gaia. Hoje dizia uma coisa e amanhã outra. Não foi bonito dizer que não falava nem influenciava os militantes quanto a preferência por candidatos à liderança e depois dá uma entrevista que não o abona em nada. Um político deve ser nobre e não um troca-tintas. Deve ser vertical e conduzir-se com ética, mesmo que à sua volta tudo esteja a ruir. LFM arrisca-se a ficar na história como uma figura menor, um maria-vai-com-as-outras a quem não se pode confiar.

Santana Lopes tem contra si a inteligentza do seu partido, que não o perdoa ser um “enfant terrible”. Foi massacrado quando assumiu o governo, não pela oposição, mas pelo seu próprio “povo”. Confesso que me surpreendeu a falta de patriotismo dos barões do PSD, que preferem ver o país na miséria desde que a sua estratégia dê certo. Não sei se PSL faria algo de bom à frente do governo. Mas não podemos condená-lo se não teve tempo para mostrar seja o que for. Julgo mesmo que foi o único que não teve uns dias de tolerância (estado de graça).

Mas, voltando à ansiedade que mata, se o líder do PSD tiver ânsia de protagonismo e vá a todas, sempre a favor de quem esteja contra Sócrates, certamente vai mal. Como foi LFM. Estou a vislumbrar exactamente em PSL essa ansiedade, que mais uma vez lhe será fatal. Passos Coelho não tem experiência nem estaleca para liderar uma oposição alternativa a governar. Acho até curioso defenderem a sua falta de experiência como um trunfo. Pelos vistos o mundo gira ao contrário. Manuela Ferreira Leite é sóbria, séria e credível aos olhos da população. Tiraria o sono a Sócrates, mas penso tratar-se de uma sósia de Sócrates no feminino. As mesmas políticas de arrocho e tirar onde já a fonte secou. Sobra uma tristeza enorme e um drama para este país, que já teve passado, mas que não tem futuro.



membro do clube , frequente no blogue , engenheiro e professor universitário