Mário Russo
A última crónica de Joaquim Jorge sobre a situação no PSD com a demissão de LFM no essencial está clara. Constato que a minha pergunta a Luis Filipe Menezes no debate do Clube dos Pensadores tinha toda a razão de ser, e ainda mais a minha pergunta directa que lhe fiz durante o jantar que antecedeu o debate. A ambas a resposta está dada com a sua demissão da liderança. Eles (antigamente eram os vampiros... da canção do Zeca), não o deixaram em paz um minuto.
Tal como o FCP que ao se intrometer no poder futebolístico de Lisboa sofreu a duras penas, teve que ser muito melhor, provocar roturas, porque fez algo de imperdoável. Também LFM quis “comandar” o partido a partir do Porto, o que é uma heresia.
Por outro lado, o PSD tem os movimentos reduzidos pela deriva neo-liberal de direita deste PS cartesiano, burocrático e sem alma. Falta-lhe espaço natural e LFM não ousou invadir o espaço tradicional do PS moderado. LFM não traçou uma linha de conduta que evidenciasse de forma clara o futuro de Portugal. Andou demasiadas vezes a reboque do momento. Foi atrás dos holofotes da imprensa sempre que cheirasse a contestação ao governo, fosse um sindicato, ou grupo corporativo. Tivessem ou não razão.
LFM sabendo do repúdio de barões do seu partido, colocou-se a “jeito” ao mostrar grande ansiedade de protagonismo televisivo sem ponderar o momento. Não precisava de se expor tanto, nem prometer o que não poderia cumprir, caso fosse governo. Não podia colar-se a Alberto J. Jardim na questão autonómica, e muito menos desejável que o PSD do continente fosse como o da Madeira (amordaçado?).
Muitos equívocos que me surpreenderam num homem com provas dadas e que poderia ser uma lufada de ar fresco no panorama político nacional. Tem ideias, mas precisa saber expô-las com clareza, sem derivas tácticas, doa a quem doer.
Depois das pressões internas a que esteve sujeito, a maior parte delas injustificadas e autofágicas, teve uma jogada de mestre ao sacudir de uma vez por todas as chamas de lume brando com que os maiores inimigos do PSD lhe cozinhavam desde o dia seguinte ao da sua vitória no Congresso.
Agora vão aparecer (estão a sair da toca) as raposas que disputarão a liderança. É bom para o PSD ter tantas escolhas. Penso que LFM deveria recandidatar-se, porque ganhando teria, por fim, a serenidade para impor o seu programa, com a experiência adquirida, evitando os erros que cometeu. Seria bom para Portugal ter uma oposição forte e credível que defendesse os interesses do país, em contraponto com a máquina demolidora de um governo de maioria que cilindra um povo em nome de uma religião, o défice.
engenheiro , membro e frequente no blogue , professor no IPV.
A última crónica de Joaquim Jorge sobre a situação no PSD com a demissão de LFM no essencial está clara. Constato que a minha pergunta a Luis Filipe Menezes no debate do Clube dos Pensadores tinha toda a razão de ser, e ainda mais a minha pergunta directa que lhe fiz durante o jantar que antecedeu o debate. A ambas a resposta está dada com a sua demissão da liderança. Eles (antigamente eram os vampiros... da canção do Zeca), não o deixaram em paz um minuto.
Tal como o FCP que ao se intrometer no poder futebolístico de Lisboa sofreu a duras penas, teve que ser muito melhor, provocar roturas, porque fez algo de imperdoável. Também LFM quis “comandar” o partido a partir do Porto, o que é uma heresia.
Por outro lado, o PSD tem os movimentos reduzidos pela deriva neo-liberal de direita deste PS cartesiano, burocrático e sem alma. Falta-lhe espaço natural e LFM não ousou invadir o espaço tradicional do PS moderado. LFM não traçou uma linha de conduta que evidenciasse de forma clara o futuro de Portugal. Andou demasiadas vezes a reboque do momento. Foi atrás dos holofotes da imprensa sempre que cheirasse a contestação ao governo, fosse um sindicato, ou grupo corporativo. Tivessem ou não razão.
LFM sabendo do repúdio de barões do seu partido, colocou-se a “jeito” ao mostrar grande ansiedade de protagonismo televisivo sem ponderar o momento. Não precisava de se expor tanto, nem prometer o que não poderia cumprir, caso fosse governo. Não podia colar-se a Alberto J. Jardim na questão autonómica, e muito menos desejável que o PSD do continente fosse como o da Madeira (amordaçado?).
Muitos equívocos que me surpreenderam num homem com provas dadas e que poderia ser uma lufada de ar fresco no panorama político nacional. Tem ideias, mas precisa saber expô-las com clareza, sem derivas tácticas, doa a quem doer.
Depois das pressões internas a que esteve sujeito, a maior parte delas injustificadas e autofágicas, teve uma jogada de mestre ao sacudir de uma vez por todas as chamas de lume brando com que os maiores inimigos do PSD lhe cozinhavam desde o dia seguinte ao da sua vitória no Congresso.
Agora vão aparecer (estão a sair da toca) as raposas que disputarão a liderança. É bom para o PSD ter tantas escolhas. Penso que LFM deveria recandidatar-se, porque ganhando teria, por fim, a serenidade para impor o seu programa, com a experiência adquirida, evitando os erros que cometeu. Seria bom para Portugal ter uma oposição forte e credível que defendesse os interesses do país, em contraponto com a máquina demolidora de um governo de maioria que cilindra um povo em nome de uma religião, o défice.
engenheiro , membro e frequente no blogue , professor no IPV.