15/04/2008

ESCOLA


Joaquim Jorge


A Escola está em crise de valores há muito tempo . O agudizar deste facto foi intempestivamente colocado por este Governo ao retirar a pouca autoridade que restava à figura do professor . Claro que há bons professores e maus professores, todavia haverá muitos bons ou maus pelo facto de ser um classe com cerca de 150.000.

Porque há eleições felizmente , a manifestação a 8 de Março com 100.000 docentes tornaram relevante tudo que passou-se a seguir apesar da Sr.ª Ministra dizer que a dimensão do protesto era irrelevante .
Não me posso esquecer que a cena do telemóvel de algum modo ajudou a vitimizar os professores , a declaração de inconstitucional da impossibilidade de professores por motivos de doença com redução parcial ou total de aulas se candidatarem a professor titular reforçou a ideia que passou nos exames de 2006 , de permitir a repetição em condições de igualdade dos exames nacionais de Física e Química do ensino secundário.


O Ministério foi obrigado e bem a despir a sobranceria mas só quase ao fim de 3 anos de protestos. A resistência é sempre a última arma que resta e não há profeta que o consiga impedir , a força da razão venceu.

Mas a Escola não é só o ministério e os professores . Os pais têm que aprender a dizer “não” aos seus filhos . Têm que ser assertivos e terem a capacidade de afirmar o que está certo sem deixarem-se manipular . Dizer as coisas como são. Consequentemente a Escola também não ensina a ser assertivos ; parece que a sociedade nos obriga a pôr máscaras. Deve aprender-se a dizer “sim” mas também a dizer “não” , são as chamadas “ferramentas da vida” para a adolescência que cada vez termina mais tarde.

artigo de opinião publicado hoje no jornal MeiaHora