O debate do passado dia 18 foi, a meu ver, marcado pela inevitabilidade dos discursos. Creio que o tema iria ser “Poder Local vs. Poder Central”, o que sugere um número extenso de questões que todos podem colocar. Regionalização ou Descentralização? Quais os principais problemas que a centralização tem vindo a gerar? Como se poderá lançar novamente o debate sobre este e mais assuntos?
A mesa de convidados primou pela excelência. Narciso Miranda, antigo presidente da Câmara Municipal de Matosinhos (palavras de Joaquim Jorge), Marco António Costa, vice-presidente da C.M. de Gaia, Lino Ferreira, vereador do Urbanismo da CM. Porto e João Lourival, director da RMC, em representação da sociedade civil. E como não poderia deixar de ser, Joaquim Jorge, fundador do Clube e moderador.
Este é com certeza um tema extenso, do qual podem surgir as mais diversas opiniões pessoais, por força de conhecimento de causa, experiência de trabalho, ou pura opinião de senso comum. Este teria sido um óptimo debate para concertar opiniões e abrir as mentes às questões que nos chocam diariamente e, como foi bem referido, nos fazem viver num lugar de aparente segunda categoria, sempre dependentes de Lisboa. Bem, penso que não foi esquecido este ponto: a nossa “lisboadependência” (não por opção).
O desenrolar deste debate do 5º Ciclo, perdeu em alguns pontos, quanto a mim fundamentais, nomeadamente no que respeita a um aprofundamento da questão da Regionalização ou das novas leis de alterações autárquicas. As próprias questões colocadas por parte de alguns dos presentes fugiram ao tema; ou se tentou puxar à conversa a questão da Educação (interessante e que mereceria um novo debate), ou questões de corrupção e omissão de competências autárquicas e, como não poderia deixar de ser, a aguardada questão das candidaturas às próximas eleições. Aliás, as multidões de apoio presentes algures à porta da sala são prova de alguns dos objectivos, supostamente não planeados desta sessão. Creio que, como em muitos assuntos, nem tudo se perde, e houve, sem dúvida, intervenções de grande qualidade; mas, mais uma vez, um pouco afastadas do tema. Fico satisfeito que, cada um dos convidados tenha expresso a sua opinião sobre a regionalização, uns a favor, outros contra. Não acredito, no entanto, que se tenha facilitado o debate proposto.
Pode-se quase afirmar que estiverem em debate diferentes questões. Assim, mais temas foram abordados, houve momentos de discurso apaixonado, entendimento, discórdia, tudo isto, como é exigido num debate que se quer cívico e democrático. Talvez o Clube se tenha afastado um pouco dos objectivos a que se propôs, mas esta é, com certeza uma opinião muito pessoal, de alguém que vê esta instituição “de fora”, com a devida distância, pois apenas vou participando "aqui e ali" no blogue, fui a dois debates, nem sou membro sequer.
Mais uma vez se provou a dimensão que o Clube dos Pensadores tem vindo a adquirir. Deixo só duas opiniões para concluir: primeiro, deve manter-se o equilíbrio entre qualidade e quantidade, segundo, há que não deixar o Clube dirigir-se só no sentido da Política, que se tem vindo acentuar como tema dominante ao longo deste ciclo. Há que aproximar a sociedade civil à participação activa, sem dúvida; mas o resultado de algumas opiniões poderá continuar a deixar em muitos o mesmo sentimento de pessimismo face às classes dirigentes, quer do poder local, quer do central, e um negativismo ainda mais acentuado quando o tema for “partidos”.
Vasco Silva
A mesa de convidados primou pela excelência. Narciso Miranda, antigo presidente da Câmara Municipal de Matosinhos (palavras de Joaquim Jorge), Marco António Costa, vice-presidente da C.M. de Gaia, Lino Ferreira, vereador do Urbanismo da CM. Porto e João Lourival, director da RMC, em representação da sociedade civil. E como não poderia deixar de ser, Joaquim Jorge, fundador do Clube e moderador.
Este é com certeza um tema extenso, do qual podem surgir as mais diversas opiniões pessoais, por força de conhecimento de causa, experiência de trabalho, ou pura opinião de senso comum. Este teria sido um óptimo debate para concertar opiniões e abrir as mentes às questões que nos chocam diariamente e, como foi bem referido, nos fazem viver num lugar de aparente segunda categoria, sempre dependentes de Lisboa. Bem, penso que não foi esquecido este ponto: a nossa “lisboadependência” (não por opção).
O desenrolar deste debate do 5º Ciclo, perdeu em alguns pontos, quanto a mim fundamentais, nomeadamente no que respeita a um aprofundamento da questão da Regionalização ou das novas leis de alterações autárquicas. As próprias questões colocadas por parte de alguns dos presentes fugiram ao tema; ou se tentou puxar à conversa a questão da Educação (interessante e que mereceria um novo debate), ou questões de corrupção e omissão de competências autárquicas e, como não poderia deixar de ser, a aguardada questão das candidaturas às próximas eleições. Aliás, as multidões de apoio presentes algures à porta da sala são prova de alguns dos objectivos, supostamente não planeados desta sessão. Creio que, como em muitos assuntos, nem tudo se perde, e houve, sem dúvida, intervenções de grande qualidade; mas, mais uma vez, um pouco afastadas do tema. Fico satisfeito que, cada um dos convidados tenha expresso a sua opinião sobre a regionalização, uns a favor, outros contra. Não acredito, no entanto, que se tenha facilitado o debate proposto.
Pode-se quase afirmar que estiverem em debate diferentes questões. Assim, mais temas foram abordados, houve momentos de discurso apaixonado, entendimento, discórdia, tudo isto, como é exigido num debate que se quer cívico e democrático. Talvez o Clube se tenha afastado um pouco dos objectivos a que se propôs, mas esta é, com certeza uma opinião muito pessoal, de alguém que vê esta instituição “de fora”, com a devida distância, pois apenas vou participando "aqui e ali" no blogue, fui a dois debates, nem sou membro sequer.
Mais uma vez se provou a dimensão que o Clube dos Pensadores tem vindo a adquirir. Deixo só duas opiniões para concluir: primeiro, deve manter-se o equilíbrio entre qualidade e quantidade, segundo, há que não deixar o Clube dirigir-se só no sentido da Política, que se tem vindo acentuar como tema dominante ao longo deste ciclo. Há que aproximar a sociedade civil à participação activa, sem dúvida; mas o resultado de algumas opiniões poderá continuar a deixar em muitos o mesmo sentimento de pessimismo face às classes dirigentes, quer do poder local, quer do central, e um negativismo ainda mais acentuado quando o tema for “partidos”.
Vasco Silva