A polémica de José Sócrates por ter assinado durante uma década projectos da autoria de outros técnicos, e foi encontrado no arquivo municipal da Covilhã processos de obras feitas, pela firma de cujo alvará ele era responsável , em que as vistorias camarárias eram feitas por ele próprio e mais dois colegas .
O princípio de exclusividade de um deputado , em que ao abrigo desse regime recebe "um abono mensal" para despesas de representação no montante de 10%do respectivo vencimento . A exclusividade impossibilita segundo a Procuradoria , « a impossibilidade legal de desempenho de qualquer actividade profissional»
A forma de se afirmar que isto é um ataque pessoal e político , eu não acho . Penso que mais importante do que a legalidade de um acto são os valores morais de quem o pratica , escondem-se nos meandros da lei , actos com moralidade no mínimo duvidosa.
Como diz Pacheco Pereira , « Sócrates torna os seus pecadilhos em algo de mais grave.Torna-os em virtudes e, com arrogância , atribui-se comportamentos exemplares que não teve. E acresce a isso um autoritarismo que tenta sequer impedir que se discutam, e isso sim lança uma luz perigosa sobre o seu exercício de funções.»
Para mim acho que o controlo público das figuras públicas é central na vida política em liberdade.
Nem tudo o que a lei não criminaliza é ético. Peço desculpa mas um técnico que elabora um projecto de construção para um cliente particular é o mesmo que depois no município , o aprova e o fiscaliza!
Nem tudo o que a lei não criminaliza é ético. Peço desculpa mas um técnico que elabora um projecto de construção para um cliente particular é o mesmo que depois no município , o aprova e o fiscaliza!
A carga negativa é inquestionável , mas em Portugal as pessoas acham normal falsificar assinaturas , manipular eleições e jornalistas , tráfico de influências antes da prática ser criminalizada, etc. . Nós somos peritos em contornar as leis , penso até , que somos os melhores do Mundo nesta área.
Quem não deve não teme . Já com a sua licenciatura as dúvidas são imensas. Agora com este "caso" a questão é de postura e ninguém está acima da lei. A questão é de carácter , valores e pior de evidências ( senão o é, porque não processa o jornal Público? ) . Porque não o fez aquando da questão da sua licenciatura?
Nada me move contra José Sócrates mas o povo como sempre sábio diz , « quem tem telhados de vidro , não atira pedras para o vizinho» e também diz , « quem semeia ventos colhe tempestades».
E eu acrescento, à gestão de rigor e critérios de excelência , devem-se aplicar a nós próprios , como exemplo de prática.
