29/01/2008

MENEZES E O GOVERNO



JOAQUIM JORGE

É necessário mudar o autismo, o dogmatismo e o monopólio da verdade, das virtudes e do fazer. A política existe para servir as pessoas e não para as usar.

Este Governo vai ficar na história por enviar funcionários públicos para um gueto – a mobilidade especial, encurralados e marginalizados com salários reduzidos quase para metade. Única e exclusivamente porque são um peso para o Estado.

Os seus direitos, liberdades e garantias, o quanto fizeram pela sociedade e gerações futuras como muitos professores, não conta para nada.
Esta cegueira e surdez são arrepiantes.

A democracia económica sobrepõe-se à democracia de cidadania.

Menezes tem que rapidamente, até para sossegar quem aposta nele, inflectir o rumo. Os comentadores do inner circle não lhe perdoam ele ser do norte e continuar a viver no Porto, ao contrário deles, pseudo-convertidos a Lisboa.

De uma forma simples com a sua intuição explicar que será possível fazer melhor, fazer muito diferente, e se essa diferença faça toda a diferença. Se a inevitabilidade das medidas é provocada pela acefalia geral dos cidadãos.

Despertar a consciência dos cidadãos com uma alternativa à naturalização do inevitável. Não é socialmente justo reduzir salários de trabalhadores e privá-los de saúde e apoio médico.Lutar contra esta sensação depressiva e confusa.

Ser um líder 360º, integrador, construindo pontes em vez de paredes, falar aos olhos e não apenas aos ouvidos. Praticar os valores que defende e no fundo ser o eco no que preocupa o país. Ser ele, como nos habituou sem agências ou quejando.

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