Não há nada no mundo tão portátil tão útil, tão rico em conteúdo e tão essencial para as nossas vidas como um jornal.
JOAQUIM JORGE
JOAQUIM JORGE
Os jornalistas têm grande influência na sociedade. O seu poder sobre a opinião das pessoas e as suas responsabilidades são enormes. Em Portugal não há a possibilidade de destituir, por exemplo um presidente, como já aconteceu nos Estados Unidos com o Watergate, aquilo a que chamamos o impeachment. O dever dos jornalistas é examinar o comportamento dos políticos, realçar e promover as qualidades humanas. Mas em geral só se interessam pela actualidade escaldante, sobretudo se ela for horrível. É necessário noticiar o que se faz bem, dar destaque a quem faz algo interessante e não a quem é conhecido (aparentemente). É a ditadura da notoriedade.
As pessoas com mais valor estão em casa, pois não estão para se incomodar. Ter um cargo não é sinónimo de competência e sine qua non para aparecer nos jornais e televisão.A imprensa precisa de ser livre, plural e ter meios para estar onde a História acontece.A revelação de “casos” que teriam sido abafados é importante. Deve contribuir para não calar o que é incómodo ou inoportuno, sendo um contra-peso funcionando como quarto poder : ser os “cães de guarda da sociedade”.Os jornalistas deveriam ter um registo de interesses como se faz para os cargos públicos. Quem não deve não teme. O presidente do SJ, Alfredo Maia não deveria ser militante de um partido, a isenção e transparência acima de tudo.
O crescente desprestígio aos olhos da opinião pública dos políticos começa também a ser acompanhado pela perda de credibilidade dos jornalistas.Só a qualidade vencerá a crise. É necessário uma adaptação às novas tecnologias fazendo um jornalismo de qualidade e rigoroso, onde há sensacionalismo deve haver rigor e o jornalismo não é espectáculo. A ética e a deontologia, assim como a responsabilidade respeitando o princípio do contraditório.Um telejornal de uma hora é demais…Será bom no futuro poder personalizar como quero ver televisão e aonde. Dispositivos portáteis, ecrãs de alta resolução “ on demande”, televisão na Internet – as novas tecnologias estão a combinar-se para dar ao espectador uma nova experiência televisiva.Antigamente a televisão estava na sala , agora nos telemóveis , no computador,etc.
O fim do monopólio dos jornalistas . A Internet , os blogues e os novos cidadãos –jornalistas querem estar melhor informados , querem mais do que se passa pelo filtro dos jornalistas . O combate é a reconquista da qualidade. É preciso que o público sinta que vale a pena , comprar um jornal , pela qualidade, por marcar a diferença. O futuro do jornalismo passa pelo combate há corrupção, mentira, o jornalismo não ser pé – de – microfone, ser de investigação e como diz Harold Pinter contra « a crescente cultura da supressão da verdade».
A comunicação social não tem que tratar da mesma forma os políticos sérios, dedicados, corajosos e com estrutura ideológica que a escumalha dos partidos. Tem que ajudar ao saneamento da vida política portuguesa. Não há democracia e não há vida democrática sem o exercício da liberdade de imprensa.A imprensa vai evoluir para outro tipo de plataformas mas a morte dos jornais é prematura pois não há nada no mundo tão portátil tão útil, tão rico em conteúdo e tão essencial para as nossas vidas como um jornal
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