O Ministério da Educação é a instituição pública em Portugal que não cumpre as leis que cria
JOAQUIM JORGE
A realidade e a verdade no caso do relacionamento intempestivo do Governo com os professores única e exclusivamente provocada pela obsessão da redução do défice à custa da classe mais numerosa da função pública (à volta de 150 mil). O que se tem passado com prepotência , intimidação , procurando amedrontar e inspirar receio é algo que ninguém esperaria passados 32 anos do 25 de Abril.
Os seus argumentos de autoridade , recorrendo a alguém ( Finlândia ou Irlanda ) para provar a verdade de uma asserção . Tem-se verificado quando o Governo pretende que uma medida que entende que é boa porque num outro país , considerado evoluído , essa mesma medida já foi adoptada.
O argumento ad populum , isto é, usar o critério da maioria como critério da verdade . Defende medidas económicas , não porque são as que melhor resolvem os problemas que se propõe atacar , mas porque a maioria do povo votou no governo que as propõe. A maioria , mesmo que eventualmente ignorante no assunto em causa, é que define aquilo que é certo e errado.
O argumento ad terrorem , levando a admitir uma opinião fazendo notar as consequências funestas que resultariam da sua não admissão. Veja-se o controle paranóico do défice à custa das pessoas , não olhando a meios para atingir-se esse fim. Evocando um cenário desastroso para o país , caso este não seja adoptado .
O argumento ad baculum , este execrável , baseando-se na ameaça explicita ou implícita ao bem-estar físico ou psicológico dos interculotores , existindo pressão
psicológica.
O último para mim o que tem sido habitual contra os professores é o argumento ad hominem que consiste em desvalorizar o argumento do adversário atacando não o argumento mas a pessoa ou pessoas que o sustentam . Dando a entender que os professores são uns malandros , faltam muito , têm muitas férias e são uns privilegiados.
Há um hiato entre a realidade e a verdade e como diz Ortega e Gasset « eu sou eu e a minha circunstância». Em suma uma coisa é a realidade na sua imensa complexidade . Outra bem diferente é a perspectiva do governo em política educativa.
Sócrates não está habituado a ter opositores à altura . Mário Nogueira antigo secretário-geral do SPRC ( sindicato de professores da Região Centro ), agora secretário-geral da FENPROF é de «gancho », tem-lhe dado «água pela barba» .
Sócrates detesta contestação, mas não é de agora, assemelha-se a um eucalipto em que procura secar tudo que está à sua volta .Assim tem acontecido no seu partido e no Governo .
Se bem se lembram o primeiro a sair passado uns tempos do Governo tomar posse foi o ministro da Finanças Campos e Cunha ( divergências políticas ) e logo a seguir o director da PJ, Santos Cabral,por dizer ,que não existiam meios para combater o crime. No partido só não arrumou com Manuel Alegre. O Governo está em conflito com toda a gente menos com o Presidente da República .
Algum problema existe quando tal acontece , como diz o povo «o defeito ou é do rabo ou é das calças». Porque é que o Governo não muda de atitude ? Assim o fez na OTA , ao fim de uma berraria infernal de tudo e todos. Se as pessoas , protestam e reclamam não é só porque vão perder regalias ou benesses como fazem crer .
Muitas delas tem razão de ser e devem ser escutadas atentamente. Eu admiro, os cidadãos manifestarem-se ,não tendo medo das represálias , ameaças e atitudes intimidatórias .
Os professores cada vez mais se assemelham aos Lusitanos comandados por Viriato, na resistência aos Romanos que aproveitavam as montanhas , desfiladeiros e outros acidentes naturais para montar armadilhas e emboscadas . A táctica é com astúcia , coragem e inteligência não se calaram e chamarem sempre à atenção do que se passa.
A vitória resulta do que defendemos que está certo. Essa é a vitória. Já aconteceu com as juntas médicas, caso Charrua da DREN, etc.
Não me venham com o anátema do cumprimento da lei, o Ministério da Educação é a instituição pública em Portugal que não cumpre as leis que cria ( exames , concurso de professores, etc. ) , sendo condenado continuamente nos tribunais e nada acontece numa impunidade arrepiante . Esta é que é a Verdade!
JOAQUIM JORGE
A realidade e a verdade no caso do relacionamento intempestivo do Governo com os professores única e exclusivamente provocada pela obsessão da redução do défice à custa da classe mais numerosa da função pública (à volta de 150 mil). O que se tem passado com prepotência , intimidação , procurando amedrontar e inspirar receio é algo que ninguém esperaria passados 32 anos do 25 de Abril.
Os seus argumentos de autoridade , recorrendo a alguém ( Finlândia ou Irlanda ) para provar a verdade de uma asserção . Tem-se verificado quando o Governo pretende que uma medida que entende que é boa porque num outro país , considerado evoluído , essa mesma medida já foi adoptada.
O argumento ad populum , isto é, usar o critério da maioria como critério da verdade . Defende medidas económicas , não porque são as que melhor resolvem os problemas que se propõe atacar , mas porque a maioria do povo votou no governo que as propõe. A maioria , mesmo que eventualmente ignorante no assunto em causa, é que define aquilo que é certo e errado.
O argumento ad terrorem , levando a admitir uma opinião fazendo notar as consequências funestas que resultariam da sua não admissão. Veja-se o controle paranóico do défice à custa das pessoas , não olhando a meios para atingir-se esse fim. Evocando um cenário desastroso para o país , caso este não seja adoptado .
O argumento ad baculum , este execrável , baseando-se na ameaça explicita ou implícita ao bem-estar físico ou psicológico dos interculotores , existindo pressão
psicológica.
O último para mim o que tem sido habitual contra os professores é o argumento ad hominem que consiste em desvalorizar o argumento do adversário atacando não o argumento mas a pessoa ou pessoas que o sustentam . Dando a entender que os professores são uns malandros , faltam muito , têm muitas férias e são uns privilegiados.
Há um hiato entre a realidade e a verdade e como diz Ortega e Gasset « eu sou eu e a minha circunstância». Em suma uma coisa é a realidade na sua imensa complexidade . Outra bem diferente é a perspectiva do governo em política educativa.
Sócrates não está habituado a ter opositores à altura . Mário Nogueira antigo secretário-geral do SPRC ( sindicato de professores da Região Centro ), agora secretário-geral da FENPROF é de «gancho », tem-lhe dado «água pela barba» .
Sócrates detesta contestação, mas não é de agora, assemelha-se a um eucalipto em que procura secar tudo que está à sua volta .Assim tem acontecido no seu partido e no Governo .
Se bem se lembram o primeiro a sair passado uns tempos do Governo tomar posse foi o ministro da Finanças Campos e Cunha ( divergências políticas ) e logo a seguir o director da PJ, Santos Cabral,por dizer ,que não existiam meios para combater o crime. No partido só não arrumou com Manuel Alegre. O Governo está em conflito com toda a gente menos com o Presidente da República .
Algum problema existe quando tal acontece , como diz o povo «o defeito ou é do rabo ou é das calças». Porque é que o Governo não muda de atitude ? Assim o fez na OTA , ao fim de uma berraria infernal de tudo e todos. Se as pessoas , protestam e reclamam não é só porque vão perder regalias ou benesses como fazem crer .
Muitas delas tem razão de ser e devem ser escutadas atentamente. Eu admiro, os cidadãos manifestarem-se ,não tendo medo das represálias , ameaças e atitudes intimidatórias .
Os professores cada vez mais se assemelham aos Lusitanos comandados por Viriato, na resistência aos Romanos que aproveitavam as montanhas , desfiladeiros e outros acidentes naturais para montar armadilhas e emboscadas . A táctica é com astúcia , coragem e inteligência não se calaram e chamarem sempre à atenção do que se passa.
A vitória resulta do que defendemos que está certo. Essa é a vitória. Já aconteceu com as juntas médicas, caso Charrua da DREN, etc.
Não me venham com o anátema do cumprimento da lei, o Ministério da Educação é a instituição pública em Portugal que não cumpre as leis que cria ( exames , concurso de professores, etc. ) , sendo condenado continuamente nos tribunais e nada acontece numa impunidade arrepiante . Esta é que é a Verdade!
publicado em 14/10/2007 na crónica( CON )FIGURAS
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