28/09/2007

Mas afinal, QUEM SOMOS NÓS? (Síntese)


Guacira Maciel

Se tivesse esta resposta (e como gostaria..), acho que teria todas as outras, porque ela é a grande pergunta; a pergunta fundamental e também a resposta fundamental.
. A nossa grande questão é não criar mais nada na natureza humana ou qualquer outra...está tudo criado e terminado; perfeito! A nós, cabe agora, usar o seu centro, o núcleo dessa criação, que é o cérebro e pensar. Na verdade, nos foi legado como herança um grande e mágico “puzzle” a ser montado peça por peça; um verdadeiro enigma a ser desvendado. Os caminhos serão muitos e cada um encontrará o seu; as possibilidades, infinitas; mas só uma resposta final; a partir da qual teremos as subseqüentes.
Não tenho o conhecimento necessário para elaborar uma hipótese, conformando-me em usar a minha sensibilidade e possibilidade de subjetivar para procurar respostas, uma vez que penso, que me conduzam a um caminho que possa suavizar minhas angústias.
Entretanto, sei que o cientista Sir Fred Hoyle, antes de mim (rsrs), já concluiu que a vida não poderia ter SIDO (acontecido) em conseqüência de uma atividade aleatória, ainda que todo o Universo tivesse sua composição de massa pre-biótica (não pude entender muito isso aí), mas cheguei à mesma conclusão por outros caminhos. Portanto, ao que pude entender, aquela hipótese matemática de 1em1050 é considerada por eles mesmos como impossível, uma vez que em termos de tempo, do Big Bang ,se considerarmos sua ocorrência como tendo sido a mais de 15 milhões de anos, passaram-se, 1018 no tempo total, e o úmero total de átomos do Universo ser de, apenas, 1010 .
Outra improbabilidade, pelo que pude entender, refere-se àquela teoria da possibilidade de vida pela formação de uma “sopa pré-biótica” composta pelos aminoácidos, porque não existem evidências disto nas referências geológicas já pesquisadas. E mais, seria improvável que nessa sopa se formasse um conjunto de proteínas, quanto mais o que seria preciso delas para suprir toda a vida, entre outras necessidades.
Quanto ao processo aleatório ou acidental de formação da vida, seriam necessários mais alguns milhões de anos para que ocorresse e temos a informação de que a terra tem, só, 4,6 milhões de anos, e a vida, menos tempo. Além disso, a criação espontânea é muito caótica para criar algo tão perfeito como a VIDA.
À essas teorias, as quais pude entender, juntam-se outras ainda mais complicadas, como uma baseada na Lei da Termodinâmica, etc., etc.
A minha compreensão disso tudo, que alguns considerarão até simplista, é que, mentalmente, somos criaturas e criadores, à imagem semelhança de Deus, porque Ele nos legou como herança a condição de ser também um criador. No entanto, ainda não saímos do estagio de amadores; não entendemos isso ainda, não sabemos usar esse potencial para criar, porque não conseguimos ultrapassar nossos próprios limites; talvez por medo, não sabemos soltar nossas amarras, que são verdadeiros grilhões; âncoras que nos imobilizam. Até agora, a única possibilidade de criar, de se soltar, que o homem já utiliza com alguma familiaridade, inclusive na tentativa de criar uma realidade própria, ainda que partindo da subjetividade, é a que realiza através da arte. Mas isso não é pouco se considerarmos o número reduzido de pessoas que o fazem, dentro de um universo tão grande, ainda que considerados privilegiados ou loucos.
Posso entender que só aos poucos, gradativamente, à medida que avançamos nossas buscas, vamos também entrando em contato com esse potencial de dimensões inimagináveis, que é a nossa mente; creio que o caminho deva ser esse. Até porque ainda não temos o acesso liberado, talvez por ser entendido que não suportaríamos ter nas mãos essa formidável máquina de uma só vez. Não saberíamos o que fazer com ela, ou faríamos muita besteira, subutilizando-a, sei lá... Somos frágeis e houve necessidade que tudo ocorresse dessa forma, para que esse conhecimento fosse absorvido e processado, como uma digestão. Na verdade, somos a representação ou a síntese de cada processo interno nosso, mesmo.
Mas, ainda assim, me parece, temos medo de nós mesmos, algo parecido com aquela situação em que sabemos da existência, mais adiante, de algo desconhecido, com que não sabemos lidar, e fechamos os olhos, como crianças, como se não vendo anulássemos um perigo iminente.
Encontro-me num momento de profunda perplexidade com o que estou conhecendo, e isso não é nada; eu não sei nada! Antes tinha numa das mãos um saco de interrogações e na outra um mundo de respostas, o que poderia trazer conforto; hoje, tenho uma galáxia de interrogações e nas duas mãos nenhuma resposta.

QUEM SOMOS NÓS? Ta todo mundo procurando esse sujeito!



poetisa , professora , membro do clube e frequente do blogue