10/09/2007

CONDIÇÕES VERSUS IMPOSTOS



Isabel Carmo

Sem querer abusar do optimismo dos leitores deste Blog, venho abordar uma vez mais o tema que o patrono do nosso Clube dos Pensadores expôs tão bem, num artigo anteriormente apresentado.

Não me vou repetir, mas não deixa de ser relevante abordar os assuntos nas múltiplas vertentes em que podem ser analisados.

Pois bem, a saúde é deveras importante para que nos demos ao luxo de a tratar, conforme a vamos tratando actualmente…

Não sou entendida na matéria, mas recordo que, aquando estive ligada à WHO, soube que se realizara em 1978, uma reunião em Alma-Ata cuja directiva foi “Saúde para todos até ao ano 2000”, referindo sobretudo o quadro de cuidados de saúde primários, pondo em evidencia o papel a desempenhar pelos médicos, junto das populações. A prevenção foi a grande aposta, contudo, estamos no segundo semestre de 2007 e por cá, os tais cuidados ainda dão muito escassos e os melhores são só para alguns. Prevenção por onde andas? Não nos esqueçamos que para prevenir, é necessário diagnosticar e para isso, é necessário fazer-se, ciclicamente, exames diversos e análises clínicas.
São os meios de diagnóstico, mas estes têm número e os médicos de família serão chamados à atenção se “exagerarem” nos pedidos, pelos senhores administradores, que por sua vez também têm de responder por números… penso que se poderia poupar muitos Euros, se se pensasse um pouco na directiva que referi, se fossem feitos muitos exames preventivos e se fossem eliminados muitos medicamentos que só servem para atravancar o desenvolvimento de maleitas, que diagnosticadas precocemente, poder-se-iam reduzir… Sempre é a saúde dos nossos semelhantes…

E agora esta! Professores no desemprego!!! Então é assim que se promove o desenvolvimento sócio-cultural dos nossos patrícios?

Já que somos números apenas, vamos considerar que os números Euros, pagos em subsídios de desemprego, são uma pouca-vergonha. Paga-se para não fazer nada!!! … ou talvez para convidar à fraude: pois é, se por um lado recebem subsídio, por outro têm de trabalhar (à socapa) para poder fazer face às condições consideradas dignas… ora aqui já vão duas desonestidades… uma o subsídio (imposto) e outra os (não aos impostos)!!! …

Sem querer ver os quadros pintados a negro, gostaria que as almas pensantes se debruçassem sobre estes itens e encontrassem soluções, pois só a eles cabe levá-las a cabo. O nosso (os números), papel é o de alertar, quando as coisas não estão a ir muito bem…

Com tudo isto, pretendi dizer que, se não trabalharmos e não recebermos o justo valor pelo nosso trabalho, também não poderemos contribuir correctamente com os nossos contributos e, se não “berrarmos” que há remunerações que são um insulto, ninguém nos ouve.



poetisa , professora , membro do clube e frequente do blogue