DIOGO PACHECO DE AMORIM
Não, porque pela mesma razão que ciência me não pode dizer quando a vida está lá, ela não me pode também dizer quando a vida não está lá e, na dúvida, quem assume a responsabilidade de acabar com uma vida que pode estar lá? Eu, seguramente que não corro esse risco. Mas compreendo que a Esquerda, com a sua arrogância de quem tudo sabe e nada tem a aprender, esteja completamente inconsciente deste risco tão grave. Não, porque, para além do que a ciência possa vir ou não dizer, só encontro, na vida, dois momentos em que são detectáveis alterações qualitativas: na concepção, quando duas heranças genéticas se integram para constituir um património genético único, diverso de qualquer outro, e que se encontra na base de um indivíduo por isso mesmo ele também único e diverso de qualquer outro; na morte, com o regresso à indiferenciação. Entre estes dois momentos, só consigo ver alterações quantitativas e circunstanciais.Mas compreendo que a Esquerda, com o seu horror à diferença, faça tábua rasa desta evidência.Não, porque tenho uma cultura da vida: e uma promessa de vida, uma chama de vida, mesmo vacilante, com dez segundos, dez dias ou dez semanas é para proteger, para defender, e não para apagar. Esta é a cultura de vida que nasceu no Mediterrâneo e forjou a alma da Europa...quando a Europa tinha uma alma e sabia fazer mais do que meras contas de mercearia. E apagar uma vida, trémula ou firme, porque não se vislumbram "condições económicas ou sociais" para a manter acesa não passa de contas de mercearia. E sei do que falo: tinha já cinco filhos, e um orçamento que, na altura, se fizesse essas tais contas de mercearia, me dava para alimentar só um!Mas compreendo que a Esquerda, com a sua cultura de morte, o seu horror ao risco e o seu economicismo rasteiro, prefira o bem estar burguês tão adequado à sua alma burguesa. Não, finalmente, e independentemente disto tudo, porque não gosto de ser empurrado pelos dedos em riste do pregador Louçã e dos seus acólitos, marchando ao som das suas ordens guinchadas. Poderá mandar no eng Sócrates. Em mim, não, seguramente.
Não, porque pela mesma razão que ciência me não pode dizer quando a vida está lá, ela não me pode também dizer quando a vida não está lá e, na dúvida, quem assume a responsabilidade de acabar com uma vida que pode estar lá? Eu, seguramente que não corro esse risco. Mas compreendo que a Esquerda, com a sua arrogância de quem tudo sabe e nada tem a aprender, esteja completamente inconsciente deste risco tão grave. Não, porque, para além do que a ciência possa vir ou não dizer, só encontro, na vida, dois momentos em que são detectáveis alterações qualitativas: na concepção, quando duas heranças genéticas se integram para constituir um património genético único, diverso de qualquer outro, e que se encontra na base de um indivíduo por isso mesmo ele também único e diverso de qualquer outro; na morte, com o regresso à indiferenciação. Entre estes dois momentos, só consigo ver alterações quantitativas e circunstanciais.Mas compreendo que a Esquerda, com o seu horror à diferença, faça tábua rasa desta evidência.Não, porque tenho uma cultura da vida: e uma promessa de vida, uma chama de vida, mesmo vacilante, com dez segundos, dez dias ou dez semanas é para proteger, para defender, e não para apagar. Esta é a cultura de vida que nasceu no Mediterrâneo e forjou a alma da Europa...quando a Europa tinha uma alma e sabia fazer mais do que meras contas de mercearia. E apagar uma vida, trémula ou firme, porque não se vislumbram "condições económicas ou sociais" para a manter acesa não passa de contas de mercearia. E sei do que falo: tinha já cinco filhos, e um orçamento que, na altura, se fizesse essas tais contas de mercearia, me dava para alimentar só um!Mas compreendo que a Esquerda, com a sua cultura de morte, o seu horror ao risco e o seu economicismo rasteiro, prefira o bem estar burguês tão adequado à sua alma burguesa. Não, finalmente, e independentemente disto tudo, porque não gosto de ser empurrado pelos dedos em riste do pregador Louçã e dos seus acólitos, marchando ao som das suas ordens guinchadas. Poderá mandar no eng Sócrates. Em mim, não, seguramente.
professor universitário