JOAQUIM QUEIRÓS
O debate pela interrupção voluntária da gravidez tem sido uma farturinha de argumentos. Uns explicam, SIM senhor, melhor que outros, enquanto os que sobram NÃO conseguem fazer chegar a sua mensagem sem atropelos.
Na verdade, na vida, sempre foi mais fácil dizer sim do que não. E nesta hora em que se aproxima o momento de ir até à urna depositar o tal SIM ou NÃO na ranhura da urna de voto, então a confusão aumenta, com argumentação de um lado e outro, aqui e ali, a abortarem razões por falta de consistência no discurso, uma vez que a repetição é uma constante.
É necessária SIM uma decisão, mas mais importante é todos ganharmos coragem para se estabelecer uma discussão nacional, NÃO a discutir umas simples três letras, mas SIM a procurar gerar um movimento, sem possibilidades da existência de aborto nas intenções, no sentido de evitar as causas que levam muitas mulheres a terem de recorrer à IVG. E sejam quais forem as razões, todas elas poderão ser evitadas, desde a ausência de possibilidades económicas à falta de educação ou ao despiste momentâneo da personalidade das pessoas. Uma tarefa que cabe a quem nos governa, a quem ensina, a quem espalha cultura e a quem é solidário. A quem é humano.
Pouco se resolverá com um SIM ou um NÃO.