

Clube dos Pensadores – Último encontro do 2º ciclo debateu “Jornais vs Televisão”
«Os jornais vão deixar de existir da maneira que conhecemos»
Alerta deixado por José Leite Pereira, face aos avanços tecnológicos no mundo da Comunicação e ao manancial de informação que existe actualmente ao dispor do cidadão. Os jornais vão deixar de existem da maneira que conhecemos e os próprios jornalistas terão de se adaptar a essa mudança, se quiserem sobreviver num sector com uma crise patente. Estas são algumas das ideias lançadas pelo director do Jornal de Notícias, José Leite Pereira, no último debate do 2º ciclo de encontros do Clube dos Pensadores. O responsável falava no âmbito da rápida evolução dos Média e da cada vez maior quantidade de informação disponível ao cidadão, «as coisas acontecem e no minuto seguinte já os blogues estão cheios de informação. Existe um manancial de informação incontrolável». Sem indiciar como será o futuro nesta área, José Leite Pereira foi adiantando que a especialização e a selecção de conteúdos por parte do leitor poderão ser caminhos a seguir, «inscrevemo-nos num jornal e só recebemos o que queremos e o que nos interessa».Para além deste responsável, o painel incluiu também José Marquitos, administrador do semanário Sol e fundador do canal CNL, que falou do seu percurso profissional mais ligado à gestão dos media do que ao Jornalismo, e o director do Jornal Matosinhos Hoje. Joaquim Queirós debruçando-se sobre o jornalismo regional defendeu um “jornalismo” que não é praticado pelos meios de cariz nacional, «os meios de comunicação nacional transmitem o Mundo e esquecem-se da nossa rua. Para quem sabe ler os jornais regionais, estes também são sintomáticos dos problemas que assolam o país». O jornalista chamou a atenção para os problemas que assolam este jornalismo chamado de proximidade, como o baixo índice de leitura dos portugueses, a descaracterização urbanística que «está a diluir a identidade regional» e as alterações ao regime de porte pago.De referir que o painel contou igualmente com a presença de Marta Azevedo, jornalista e neste caso, representante da plateia.«A Televisão tem o culto da cultura do idiota»Joaquim Jorge, fundador do clube, defendeu nesta ocasião que jornais e televisão podem ser concorrenciais ao nível da angariação de publicidade. Em temos gerais, o biólogo referiu que muitos jornais só fazem notícia «do que vende» e que as televisões «têm um nível de conteúdos de programas baixo». A finalizar, Joaquim Jorge referiu que na televisão «os comentadores são sempre os mesmos» e que «Cavaco Silva já era presidente antes de ser eleito» devido ao poder daquele meio de comunicação. Este responsável avançou ainda que o 3º ciclo de debates já está acertado até Julho de 2007.Este segundo ciclo do Clube de Pensadores terminou informalmente ontem com um jantar convívio que juntou alguns dos participantes nos vários debates como Luís Filipe Meneses, Narciso Miranda ou Manuel Monteiro.
António Manuel Marques
