
José Manuel Pereira
Mudou-se as doze para a uma
Mas não se mudou a voz
P’ra dizer que fazemos nós
Num palácio de caruma.
Passa-se o tempo com papéis
Atrasos, esperas, conversas
Anda tudo às avessas
Nas salas dos coronéis.
Há quem conspire em conjunto
Que é um ofício ou uma arte
Vir por mando ou por parte
P’ra tratar de um assunto.
Se em promessas confiei
Ao atender caio em graça
Senão, que desgraça
E... ai que d’el rei!
À volta de enganos e desenganos
É esta a vida que perdura
E no meio de tanta censura
Vive-se para contar os anos.
engenheiro e membro do clube
nota: "estado de espirito" em 1986 (era eu funcionário público nos SMEAS da Maia e as eleições autárquicas tinham ocorrido há muito pouco tempo com mudança parcial do "elenco governativo", tal como a mudança da hora).
