27/10/2006

A CIDADE QUE TEMOS; A CIDADE QUE QUEREMOS




César Costa



É um dado adquirido que o Sec. XXI será o das cidades. Dados da O.N.U. atestam que mais de metade da população mundial vai viver em espaço urbano.
O êxodo das áreas rurais é um fenómeno à escala global, e nada parece detê-lo. Vários aglomerados urbanos espalhados pelo planeta têm hoje um número de habitantes superior aos 10 milhões.
À dimensão do nosso país este é também um fenómeno presente com o abandono do “campo” em prol de uma vida na cidade.
Temos feito “alargar” as nossas cidades à custa de expansões sucessivas mais ou menos planeadas, mais ou menos previstas, ocupando cada vez mais território.
Faz sentido continuar com este comportamento? Será razoável continuar a expansão de infra-estruturas pesadas (rede viária, transportes públicos, redes de água, electricidade, gás, tratamento de lixos etc.) onerosas para toda a população?
Faz sentido perder duas, três, ou mais horas por dia em movimentos pendulares de casa-trabalho-casa?
É razoável continuar com cidades ao áreas metropolitanas com grandes áreas mono funcionais, isto é, onde só existem habitação, ou serviços?
Será justo deixar exclusivamente entregue à especulação a criação de novos pólos de atracção?
Não será altura, e de uma vez por todas, se discutir e pensar de forma estruturada o planeamento e desenvolvimento do território?


arquitecto e membro do clube