26/10/2006

ABORTO

JOAQUIM JORGE



Uma coisa é a inocência outra é a ignorância. O conhecimento sexual não é sinónimo de perda da virgindade!


A paixão exacerbada que exaspera nas pessoas falar neste assunto, provocando fracturas na sociedade portuguesa não se devia pôr .Cada um, neste caso cada mulher, deveria decidir se faz o IVG ( interrupção voluntária da gravidez ).É um assunto de foro íntimo e que ninguém teria nada haver com isso, quando muito o seu parceiro deveria opinar assim como o seu médico de família informaria,quanto aos riscos para a sua saúde . A decisão é da sua consciência e individual. Aliás a autorização da pílula abortiva nos hospitais decretada pelo Governo é uma medida sensata e vem ao encontro da necessidade de esbater este “pseudo-problema”. Por causa de situações de malformação do feto assim como a detecção de doenças hereditárias e congénitas é importante permitir a despenalização do aborto.
Deveremos apostar na prevenção como forma de evitar o IVG. Se os adolescentes tiverem uma educação sexual correcta em que se fala em sexo naturalmente e sem preconceitos atávicos e passadistas ,irá contribuir pelo conhecimento dos vários métodos de contracepção para a diminuição de gravidezes indesejáveis assim como o flagelo das DST (doenças sexualmente transmissíveis ),HIV, hepatite B, herpes genital, etc. A premência deste tema ser abordado nas escolas de uma forma transversal nas diversas disciplinas contribuirá para diminuir drasticamente este problema global à escala mundial. O conhecimento deste tema e o falar-se de uma forma aberta e franca no crescimento e desenvolvimento sexual, relações pessoais, gravidez e parto, não deve ser preocupação para os pais e encarregados de educação, como ser cedo de mais educar sexualmente os seus filhos e ao falar-se de sexo aos jovens vão querer experimentá-lo.
O contrário é que parece ser verdade. As pesquisas sugerem que a educação sexual não encoraja uma actividade sexual precoce. De facto, um estudo recente realizado nos EUA, pelo instituto Guttmacher, indicou que o número de casos de gravidez de adolescentes era consideravelmente baixo em países industrializados que tinham uma atitude liberal face ao sexo, serviço acessível de contraceptivos para os jovens e programas eficazes e formas de educação sexual. Uma coisa é a inocência outra é a ignorância. O conhecimento sexual não é sinónimo de perda da virgindade!