Aconselho os dois( Miguel Sousa Tavares e José Manuel Fernandes) a irem dar umas aulas e depois falamos.
JOAQUIM JORGE
Nada me move contra Miguel Sousa Tavares e José Manuel Fernandes,sendo pessoas que aprecio e admiro mas relativamente aos professores estão constantemente a cometer “gaffes”.
Vamos então esclarecer de uma vez por todas as inverdades proferidas recentemente.Ó Miguel os professores não vão fazer greve pelo que disse a Ministra mas sim pela “proposta” de revisão do estatuto da carreira docente.Já leu o texto? Arrepiava-se!
Porém da parte da Ministra e da sua equipa existe uma falta de tacto e percepção , que aconselho-a , a contratar rapidamente um relações públicas, porque dialogar ,escutar, ceder debater, é algo, que não faz parte do léxico do Ministério da Educação. Continuando, os professores que não faltam ( excluindo greve,maternidade e paternidade) já tinham um prémio de assiduidade, até 1 Janeiro de 2006- a bonificação de 30 dias para efeitos de aposentação. Dizer-se que os professores faltam muito é um sofisma. Esta nobre profissão, em que toda a gente sabe tudo o que fazemos ao contrário de outras, um dia que o professor falte além de 150 alunos distribuídos por 5 turmas, sabem os pais e as mães.Já são mais 300 pessoas.Com dois avôs e duas avós de cada lado, são mais 600. Não esquecendo outros familiares e comunidade escolar. No total,bem mais de 1000 pessoas vêm a saber de uma simples falta. Numa redacção de um jornal ou num escritório sabem meia dúzia de pessoas. Sintomático!
Quando o director do Público, acha que uma Escola deve ser regida como uma empresa com critérios meritocráticos e que os professores são uns privilegiados , eu discordo, não com medo de ser avaliado, mas porque a aferição das tarefas de um professor, no contexto em que se insere, é tão díspar, que é difícil existir um critério de aferição justo e imparcial. Deve-se sim consciencializar, professores alunos e pais, para todos em conjunto, consigam levar avante este esforço hérculeo, dos alunos terem graus de saber mínimos e concomitantemente educação e posturas condizentes com um país civilizado e europeu.
Aconselho os dois a irem dar umas aulas e depois falamos.
artigo publicado na FOCUS em 13/06/2006
