23/10/2018

A desumanização das civilizações (2)





António Fernandes 
Importa por isso aferir contextos de conjunturas isoladas que associadas, dão forma a um novo século que se destaca pela desumanização.

Há uma mistura altamente "explosiva" em Continentes onde a natalidade tem vindo a diminuir e a consequente renovação do espectro social se tem socorrido das comunidades emigrantes de outros Continentes como forma de assegurar continuidade e também, a comodidade e qualidades de vida conseguidas.
E temos os Continentes, de onde as comunidades de emigrantes são originárias, com insegurança permanente e qualidade de vida paupérrima, em que o a idade média de vida é baixa e a mortalidade infantil demasiado alta. A fome e a miséria generalizada são uma constante. Esta condição, obriga as populações a procurarem melhores condições de vida em outros Países, mesmo com o risco de na perseguição desse sonho poderem perecer, o que acontece com regularidade. Seja no transporte, marítimo e terrestre, ou o risco de serem feitos prisioneiros e obrigados a retornar aos países de origem quando acontece.
E temos também, as emigrações dentro do mesmo Continente, dos Países mais pobres para os Países mais ricos.
A acrescentar à má qualidade de vida, como consequência, surge a perseguição a quem ouse denunciar tal condição. Perseguição política; perseguição religiosa; perseguição social;
Estas ocorrências Regionais, Continentais e Intercontinentais, mostram a crueza do tratamento dos Homens entre si e o índice de desumanização de que são capazes.
A jusante de tudo isto, nos Países mais desenvolvidos, surge um completo desapego entre o Homem e o meio envolvente. Entre o indivíduo e os seus pares. Entre o cidadão e a cidadania. Onde a organização social funciona, mas o cidadão pouco ou nada participa por manifesto desinteresse.
As consequências da implementação das novas tecnologias no seu quotidiano.
O crescimento desordenado das concentrações urbanas e o aumento desmesurado da densidade habitacional concentrado trouxe necessidades inumeráveis a que só a produção em quantidade e com um preço competitivo conseguiu responder através da implementação de tecnologias emergentes do uso militar e a que o ajustamento da sua inovação e uso respondendo a necessidades globais da sociedade originou o crescendo do consumo culminando em hábitos sociais generalizados de consumo e de
O relacionamento virtual Isola o indivíduo.
Houve, até ao início do corrente século, um evoluir constante na civilização do Homem e dos modelos da sua organização política e social em Nações e Estados, em que a sua humanização aconteceu como referência incontornável de vida enquanto indivíduo e cidadão.
Esta crescente humanização teve, ao longo dos tempos, várias condicionantes. A sua organização política e social foi uma delas. Por ventura a de maior influência e de relevo. Mas, como tudo na vida, mais concretamente num ciclo de vida, que não é hermético, há registos negativos. Simplesmente, chegados ao segundo milénio, d.C., o resultado apurado é incomensuravelmente positivo.