09/09/2018

Afinal, a “geringonça” vai conseguir cumprir a Legislatura?





António Fernandes 
Afinal, a geringonça, que se presume:
-       seja algo de disfuncional por desarticulado;
-       que não funciona porque foi mal pensado e pior construído;
-       impensável e, por isso, improvável de acontecer;
No seu ultimo passo para a concretização da Legislatura, a aprovação do Orçamento Geral do Estado para o ano da graça de dois mil e dezanove, os detratores de uma solução politica que apelidaram de “geringonça” porque nunca acreditaram ser possível um Governo do Partido Socialista com o apoio Parlamentar do PCP-Partido Comunista Português, o BE-Bloco que Esquerda e o PEV-Partido Ecologista Os Verdes, já não acreditam nas oposições do PCP e do BE em matéria do foro do citado OGE, nem sequer que o não aprovem, porque, dizem, estão a fazer o “bluff” do costume para pressionar o PS e que depois em sede própria, o Parlamento, aprovarão o documento, viabilizando assim o Governo de António Costa.
Como se essa coisa, a de pressionar, contestando e impondo pontos de vista em relação a medidas económicas estruturantes de forma a evitar fraturas sociais, fosse uma coisa do outro mundo, só ao alcance da visão dos predestinados para a análise política.
Os tais que, preenchem os espaços mortos dos serviços noticiosos teledifundidos, onde desfiam um novelo de contradições de análise para análise sem nunca serem contraditos por terem dito o contrário dias antes. Como foi o caso da durabilidade da solução de Governo encontrada em que anteviam eleições antecipadas uma vez que o seu mentor de então – que não o de hoje – Pedro Passos Coelho, como tinha tido um maior número de votos na sua coligação PSD/CDS do que os restantes partidos individualmente, ganharia com facilidade essa contenda.
A dissolução do Parlamento foi a sua aposta perdida.
Não porque Marcelo Rebelo de Sousa o não quisesse fazer.
Simplesmente, foi confrontado com uma solução que não podia rejeitar por emanar de uma maioria Parlamentar que é aquilo que a Constituição da República Portuguesa exige. Marcelo “engoliu o sapo” e não teve outra alternativa que não fosse a de nomear Primeiro Ministro, António Costa.
Uma das primeiras vozes a despeitar a solução indicada pela maioria Parlamentar como sendo “Sol de pouca dura”, foi a voz de Paulo Portas, na altura Presidente do CDS/PP, que é a quem se aponta a afixação do rótulo de: “é uma geringonça”!
Enganou-se Paulo Portas e muitos outros. Entretanto, o mesmo Paulo Portas, já não é Presidente de coisa alguma, quiçá aspirará a ser candidato a Presidente da República, copiando o trajeto de Marcelo pela via do comentador de política nacional, internacional e tudo o mais que lhe ocorra.
Tem carta branca para tudo isso porque, afinal, a direita, é a direita do capital que controla a imprensa nacional escrita televisiva e radiodifundida; a finança e a economia; a gestão dos serviços; e tudo o resto que se movimenta na sombra dos bastidores dos interesses estratégicos de controlo do poder político que superintende o Estado pela via Legislativa.  
Os mesmos que diziam que a dita “geringonça” não duraria três meses. Depois já diziam: um ano. E agora, já não acreditam que a um ano de Eleições Legislativas a citada “geringonça” se desmorone. Digam, Jerónimo de Sousa ou Catarina Martins, aquilo que disserem.
Afinal, a esquerda ganhou este combate e impôs uma solução de Governo que tirou Portugal da profunda crise social, política e económica, em que se encontrava.