António Fernandes |
O Partido Popular, deu
mostra ao eleitorado nacional de ser possuidor de uma cultura democrática
passiva de vir a capitalizar simpatia eleitoral, independentemente da debanda
interna que até lhe pode ser favorável em futuras eleições para o Governo ao
apresentar-se com transparência interna sem o folclore do arrebanhar de
militantes só para que, aparentemente, se pense ter muitos militantes.
O que sabemos não
corresponder à verdade política em nenhum partido político.
Até porque, os partidos são associações cívicas de fundamento ideológico com
vocação de poder e não organizações de seguidores com espírito de seitas.
Finda a primeira ronda eleitoral interna das eleições primárias, em que só
puderam votar militantes, foram também eleitos os delegados ao Congresso
Extraordinário que se realizará nos dias 20 e 21 do corrente mês e ano, e que
elegerá o Presidente do Partido, de entre os dois candidatos que tiveram mais
votos na votação do coletivo em eleição primária.
Soraya Santamaria aparece como candidata mais votada não sendo líquido que
ganhe a eleição final uma vez que não se consegue apurar o sentido de voto dos
delegados ao Congresso. Sabendo-se que, a posição de conforto de muitos dos
congressistas é próxima do poder que se perfila.
Pablo Casado que ficou em
segundo lugar e por isso irá a eleições no citado Congresso, poderá capitalizar
votos dos delegados eleitos pelos militantes que votaram nos candidatos
derrotados uma vez que o peso do voto contestatário é muitas vezes decisivo.
"Soraya Sáenz de
Santamaría, com 47 anos, foi até 01 de junho último vice-presidente do Governo
de Mariano Rajoy, enquanto Pablo Casado, com 37 anos, é o vice-secretário do PP
e uma pessoa que muitos no partido consideram ter um futuro promissor.
O congresso extraordinário
do partido, nos próximos dias 20 e 21, tomará a decisão final sobre quem será o
novo ou a nova líder do partido que historicamente tem conduzido a direita
espanhola e intercalado com o PSOE na responsabilidade de dirigir o Governo
espanhol, desde o início da transição democrática em 1978." fonte:
https//www.tsf.pt.
Curiosamente, ou talvez
não, antigas estrelas como Aznar entre outros apareceram em locais onde as
camaras pululam. De Rajoy sabe-se por onde anda, mas não há mediatismo
popularucho em seu redor.
De salientar que Soraya
Santamaría aparece numa vaga de fundo em que o feminismo em Espanha ganha
dimensão extraordinária, o que não é de estranhar, uma vez que a predominância
feminina começa a ser uma evidencia na Europa desenvolvida. Não só no índice de
densidade de género, mas também no exercício profissional de funções.
Neste contexto político em
que o género masculino aparece como o expoente referencial da corrupção e tendo
o Governo de Rajoy caído após aprovação de uma Moção de Censura apresentada
pelo PSOE apoiado pela esquerda nacional e nacionalista, em tese, a
probabilidade de ser Soraya Santamaría a próxima presidente do PP é grande
porque reúne novas condições políticas e sociais para disputar o poder em
Espanha.