António Fernandes |
A conspiração discute cenários hipotético de derrube de um projeto e
implantação de um outro. É uma prática corrente e recorrente que se ajusta
consoante o momento.
Se juntarmos a teoria e a conspiração teremos como resultado a soma de dois
ângulos de um triângulo em que o ultimo ângulo é o do exercício do poder.
Exercício esse que resulta na sobreposição de uns sobre outros.
É um ângulo de interpretação variável consoante o ponto de vista original
para o ponto de vista do interesse a montante. O objetivo final.
Depois temos a teoria da conspiração. Teoria que resulta de pensamento
fértil e sempre apocalíptico de acontecimentos passados, presentes e futuros.
É uma teoria de análise não tão avulsa quanto se possa pensar no sentido de
a desvalorizar uma vez que assenta sempre em pressupostos e também em supostos
cenários com atores devidamente identificados assim como nas ramificações. Umas
vezes ficcionadas e outras nem tanto, e que resultam sempre de exercícios
mentais especulativos assentes em realidades circunstanciais a que se junta a
conjugação variável respetiva.
Com uma eficácia efetiva quando objetiva, a teoria da conspiração
destina-se a denegrir. É uma teoria de desgaste um pouco á semelhança do boato
mas de duração que se prolonga no tempo.
Por seu lado, a conspiração, é uma forma organizada de conseguir um
fim.
São duas formas distintas em objetivos mas semelhantes nos fins. Uma porque
usa o desgaste como meio. A outra porque usa a organização como meio.
No entanto, em termos práticos, acabam por surtir o mesmo efeito final por
mais que os seus utilizadores se tentem demarcar uns dos outros e atirem com o
ónus da responsabilidades uns aos outros.
E...
Há também... A teoria do silencio... Uma prática doentia, masoquista no
âmbito das expectativas que gera aos próprios que por não darem qualquer passo
raramente conseguem os objetivos que silenciosamente gostariam de
alcançar.
Simplesmente, a teoria, matéria em que tudo assenta, fica-se pela essência
-a teoria- de que por norma outros se servem. Raramente os teóricos assumem
protagonismo.os objetivos visados pela teoria que desenvolveram. O que, em abono
dos próprios, não deveria ser assim. Mas, é!