Rogério Pires |
Porque se deixou de ter noticias da Grécia, e,
sobretudo da evolução da sua Economia ? A Grécia tem vindo a aplicar um
durissimo programa de austeridade, que só em 2016 foram mais de seis mil
milhões associados a enormes reformas. Quem imaginaria por exemplo a Grécia a
aprovar uma lei que exige o mínimo de 50% dos filados das Associações
Sindicais, para que possam decretar uma greve (o valor anterior era de 20%) ?
Pois já está em vigor. Privatizações como a dos portos, cortes e mordomias,
fiscalidade, leis laborais, eliminação de burocracias, e tantas outras. O facto
é que o caminho seguido, mas não divulgado em Portugal, numa indecorosa
proteção à frente de esquerda protagonizada pela Geringonça de António Costa
que vende a narrativa que esse caminho é errado e que virou a página da
austeridade, está a dar o frutos na Grécia que vai no caminho certo, e, em
ascensão, enquanto Portugal, depois da euforia do paraíso que anestesiou o povo
começa a dar sinais de abrandar, a Grécia está a aumentar a sua consolidação e
o seu crescimento. Se Portugal segundo o BP, Bruxelas, a OCDE e até o governo
desacelera o crescimento da economia para valores, o mais otimista do governo,
para 2,2% (2,6% em 2017) e de 2,0% para o BP ou de 2,1% de Bruxelas e OCDE, com
a economia mundial a disparar para os 3,7%, na Grécia as previsões dessas
mesmas organizações, apontam para 2,5% em 2018, já bem acima de Portugal.
Quanto a deficit: se Portugal prevê um défice do OE para 2018 de 1,1% a Grécia
em 2018 prevê um SUPERAVIT de 0,6%. Como se vê a austeridade está a dar os seus
frutos e em 2018 seremos ultrapassados pelo GRÉCIA com deficit já anulado prevê
EXCEDENTE, e no crescimento do PIB uns 2,5% contra os 2% ou 2,1% previstos por
essas organizações para Portugal. Fica a prova que a austeridade, associada ao
ímpeto reformista, são a receita certa e dão os frutos e que Portugal depois da
euforia, terá as consequências de ter interrompido um caminho, que nos levaria
a uma maior sustentabilidade da nossa economia sem essas reformas que a Grécia
teve coragem de fazer, mais uma vez numa
nova crise que virá, pois cíclica, seremos novamente apanhados, mais
impreparados para a enfrentar.