António Fernandes |
Acontece
que não é, o dono da casa.
A
casa foi tomada de assalto há muito por alguém que teima em lhe segurar a chave
até ao limite e dá instruções precisas ao porteiro para que os personagens
escolhidos se acomodem nos sofás, uns. No vão da escada, outros. E, amontoados,
os restantes.
Depois
de tudo composto, o dono da casa, recolhe-se ao silêncio espiritual dos
inocentes satisfeito por a si ter convertido todos os que na casa se atropelam
por nada sendo que, sempre que uma ou outra briga extravasa as paredes da casa,
a sua presença é reclamado e a subserviência reposta.
Depois
de tudo em ordem no quadro da ordem estabelecida a poeira levantada acomoda-se
incomodada pela sua disputa na falta de qualquer coisinha para minguar a fome
de um lugar no sofá de um poder assente numa paz podre.
Uma
paz inquinada de vícios antigos em que a palavra dada nunca foi honrada e que
por isso só acreditam nela os que dela se serviram para recônditos interesses
por mais insignificantes que tenham sido sabido que é ser o interesse ajustado
à medida do interesseiro.
Dar
cambalhotas. Fazer o pino. Torções e contorções. E demais exercícios. Desde que
sejam feitos com fins terapêuticos e de prevenção para uma saúde melhor num
corpo harmonioso e consciente dos seus limites são exercícios em que se
pretende articular a mente com o espaço físico a fim de consolidar toda a
estrutura óssea em que assenta o cérebro dando azo à razão.
Quando
os exercícios acima referidos não visam o objetivo sequente, a razão tende a
diluir-se naquilo que vale como regra social:
-
Conveniência;
-
Oportunismo;
- Falta
de dignidade na verticalidade do caráter;
-
Ignorância;
Ignorância
naquilo que é fator elementar primordial para voltarem a ser tidos pela
cidadania em geral como personagens credíveis em cargos públicos de que
resultam políticas gerais do interesse comum e por isso coletivo.
A
espinha dorsal de um partido que se pauta por valores que fazem o Homem
acreditar no futuro não pode ser um amontoado de ossos que não sabe qual é o
seu lugar anatómico.
E
que a única coisa que sabe é, não olhar a meios para atingir os fins que cada
um pretende para si.