21/12/2017

António Costa anuncia deficit do OE 2017 abaixo de 1,3%




Rogério Pires 
Numa primeira análise diria que é bom, muito bom, mas sabendo que estes números são simultaneamente os mais baixos da democracia estão associados às maiores cativações (leia-se cortes) também da democracia. Temos toda a máquina do Estado com relevância para o SNS onde quase tudo falta, desde medicamentos, a pessoal, a equipamentos, a reparações de equipamentos que fecham unidades como a de enfartes agudos e de coronárias encerrada há mais de seis meses no Centro Hospitalar de Gaia / Espinho e o muito que por aí vai por esse SNS fora. Esquadras com 20 carros de frotas e nem um operacional, esquadras com baratas e ratos, quartéis assaltados com a video-vigilância inoperacional, sistema de protecção civil com as falhas que originaram 113 mortos em incêndios e hospitais onde a falta de manutenção provoca um surto de Legionella que conta até ao momento com 6 mortos. Escolas que reduzem horários por falta de pessoal auxiliar. Mas António Costa o 1.º Ministro apenas das boas noticias, aproveita a ida a Belém para os tradicionais cumprimentos de Natal e anunciar que o deficit de 2017 não será de 1,5% conforme OE, nem de 1,4%, nem até 1,3% mas sim INFERIOR a 1,3%. Onde param os indignados incluindo Jerónimo e Catarina e todo o coro de detractores de Passos Coelho acusando-o de ir para além da TROIKA ? António Costa que ninguém acusa agora de ir para além da TROIKA de que ele é co-responsável pela sua vinda dado que essa Passos Coelho a dispensou depois de um duro programa de assistência económica e financeira , mas para além de BRUXELAS com quem se tinha comprometido com um deficit do OE de 1,5%. Só não o fazem em virtude de vivermos em democracia condicionada em que conta mais quem faz do que o que faz. Apresentar melhores resultados que o acordado com Bruxelas é MAU se for a DIREITA mas é EXCELENTE se forem as ESQUERDAS. Entretanto, lá vamos felizes caminhando para um próximo desastre económico, quando uma nova crise nos bater à porta, e, até já o Louçã, agora vestido de Administrador do Banco de Portugal vai alertando.