14/03/2017

VOTAR? SIM OU NÃO?



Daniel Braga 
Eis a questão com que se debatem algumas consciências quando se aproximam atos eleitorais. Muitas vezes o não votar não representa uma qualquer displicência por um dever cívico inerente a qualquer cidadão, mas sim uma forma de protesto e de indignação. No entanto, é um direito que nos assiste e que devemos exercê-lo sempre. Não é importante a qualidade do voto (se é um voto validamente expresso, branco ou nulo), o que é importante é o facto de que estivemos lá, nas urnas, a manifestar a nossa opinião, embora de forma nem sempre de forma consciente e convicta. Votar é um ato cívico de primordial importância, um ato consagrado na respetiva Constituição das Repúblicas, um ato de liberdade e da consistência do funcionamento da democracia.
O voto representa o direito de os cidadãos elegerem os seus representantes num qualquer ato eleitoral. Muito se fala, em especial em período eleitoral como o que hoje se vive em Timor Leste com a eleição presidencial, como daqui a uns meses com as autárquicas em Portugal, a respeito da necessidade de se votar e de se votar de forma consciente.  O tal “voto consciente” seria o elemento chave da democracia. Mas o que significa votar de forma consciente? Será que que nas urnas, na contagem dos votos eles não são todos iguais? Não têm todos iguais pesos nas derrotas e nas vitórias?

Claro que sim, mas seria importante, embora de um modo algo idílico, que quem exerça esse seu direito cívico e de cidadão consiga fazê-lo com a importância que o próprio ato representa e a escolha da sua decisão. Mas mais importante que votar consciente será o ato da escolha em si. Não considero que o voto tenha de ser obrigatório, mas acho que a sua não assunção não é a melhor forma de assumir uma posição de não concordância ou de rotura por algo que não concordamos. Muitos lutaram, por esse mundo fora, para que a escolha livre pelo voto fosse uma realidade. Lutemos nós também pela consignação e dignidade desse poder e que o exerçamos de forma consciente e livre. As democracias merecem e agradecem que possamos exercer essas nossas escolhas.