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Daniel Braga |
Eis a questão com que se debatem algumas consciências quando se aproximam atos
eleitorais. Muitas vezes o não votar não representa uma qualquer displicência
por um dever cívico inerente a qualquer cidadão, mas sim uma forma de protesto
e de indignação. No entanto, é um direito que nos assiste e que devemos
exercê-lo sempre. Não é importante a qualidade do voto (se é um voto
validamente expresso, branco ou nulo), o que é importante é o facto de que estivemos
lá, nas urnas, a manifestar a nossa opinião, embora de forma nem sempre de
forma consciente e convicta. Votar é um ato cívico de
primordial importância, um ato consagrado na respetiva Constituição das
Repúblicas, um ato de liberdade e da consistência do funcionamento da
democracia. O voto representa o direito de os cidadãos elegerem os
seus representantes num qualquer ato eleitoral. Muito se fala, em especial em
período eleitoral como o que hoje se vive em Timor Leste com a eleição
presidencial, como daqui a uns meses com as autárquicas em Portugal, a respeito
da necessidade de se votar e de se votar de forma consciente. O tal “voto
consciente” seria o elemento chave da democracia. Mas o que significa votar de
forma consciente? Será que que nas urnas, na contagem dos votos eles não são
todos iguais? Não têm todos iguais pesos nas derrotas e nas vitórias?
Claro que sim, mas seria importante, embora
de um modo algo idílico, que quem exerça esse seu direito cívico e de cidadão
consiga fazê-lo com a importância que o próprio ato representa e a escolha da
sua decisão. Mas mais importante que votar consciente será o ato da escolha em
si. Não considero que o voto tenha de ser obrigatório, mas acho que a sua não
assunção não é a melhor forma de assumir uma posição de não concordância ou de
rotura por algo que não concordamos. Muitos lutaram, por esse mundo fora, para
que a escolha livre pelo voto fosse uma realidade. Lutemos nós também pela
consignação e dignidade desse poder e que o exerçamos de forma consciente e
livre. As democracias merecem e agradecem que possamos exercer essas nossas
escolhas.