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Daniel Braga |
No tempo da outra
senhora (sabemos bem que tempo foi esse...) dizia-se que o futebol era o ópio
de massas, uma espécie de droga para anestesiar a mente e o raciocínio, para
adormecer o povo. Em pleno século XXI, sem Estado Novo, a droga para fazer
esquecer o mundo e as realidades dolorosas em que muitas vezes nos movemos,
continua a ser o futebol, mas hoje pomposamente designado de desporto popular.
A droga é a mesma, talvez um pouco mais refinada,
com injeções massivas de programas de desporto, de diretos em telejornais, de
entrevistas e debates, a toda a hora do dia, como se o mundo parasse e nada
houvesse mais à nossa volta. Ontem como hoje, o futebol continua a ser o ópio
do povo, uma espécie de napalm que varre tudo o que nos rodeia deixando uma natureza
morta, deserta, sem ideias e sem temas de discussão e de olhares críticos.
Apenas e só futebol, futebol e… mais futebol. O mundo está em suspenso e as
pessoas transformaram-se em seres autómatos programadas para a multi-função
futebol, Euro 2016 e Copa América. Portugal ganhou mais uma vez e está nos
quartos de final do Europeu. A anestesia, a alegria e a histeria vão continuar.
O País parou, mas continua dentro de momentos.
Atualmente está em estado de "pausa".