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Miguel Mota |
Portugal tem continuado a ignorar
uma forma de energia renovável que vários países estão a utilizar, o que sugere
ser um combustível económico, com algumas vantagens: o chamado biogás, também
conhecido por gás dos pântanos ou gás do estrume. É uma mistura de gazes em que
predomina o metano, composto apenas por carbono e hidrogénio (fórmula CH4). É
uma mistura combustível, que pode ser usada para queimar (produzindo calor) ou
em motores de explosão, como geradores eléctricos.
Obtém-se a partir da fermentação
de detritos orgânicos, não só o estrume, mas também lixos ou esgotos. Em vez de estes
serem armazenados em aterros ou lançados ao mar, acções que têm custo elevado,
podem ser utilizados na produção de energia. Além de evitar estes custos, reduz
a importação de petróleo ou gás natural, pelo que, considerando todos os
benefícios, pode ser económica a produção do biogás. O resíduo resultante é um
bom fertilizante para a agricultura.
Tenho lembrado que, nas zonas de
grandes criações de porcos, a produção do biogás talvez seja uma forma de
resolver os graves problemas de poluição.
Em artigos vários, pelo menos um
no Linhas de Elvas, tenho tentado chamar a atenção para o que penso ser um
valor que a nossa pobre economia não tem aproveitado. Sei que já houve algumas instalações
em funcionamento, uma no jardim botânico da ilha da Madeira, instalada quando
foi seu Director o já falecido engenheiro agrónomo Rui Vieira. Não sei se,
actualmente, há alguma em funcionamento.
Não seria caso para algum dos
laboratórios de investigação do estado construir uma estação piloto, para
estudar a sua viabilidade económica e, se esta fosse positiva, promover a sua
generalização?