Mário Russo |
Os portugueses têm vivido nos últimos anos sob austeridade
excessiva como remédio imposto para salvar os desequilíbrios financeiros do
país. Neste momento o país terá batido no fundo ou para lá caminha, não se
sabendo como é que será a saída do buraco.
O nível da austeridade é de tal ordem que milhares de
empresas faliram e centenas de milhares de portugueses viram-se na
obrigatoriedade de emigrar. Só na área da engenharia contabilizam-se em mais de
1200 os engenheiros que rumaram nos dois últimos anos países em busca do
sustento que o solo pátrio lhes negou.
A Troika está de saída e o PM notificou o país que a saída
do programa de assistência seria tipo Irlanda, vangloriando-se dos progressos
realizados nestes 3 anos. O país vai aos mercados sozinho com taxas de juro
mais baixas e aos níveis de antes do programa. O Governo tem usado as notícias
macroeconómicas para se vangloriar do feito. Passa a ideia que é o resultado da
estratégia adotada e que era a única.
Se analisarmos o que se passa na Grécia, o país vai aos
mercados sozinho e a taxas de juro similares às nossas. A Itália e a Espanha
idem a taxas mais baixas que as Portuguesas. Logo, o que o Governo propala é
propaganda.
Inclusive uma melhora da procura interna o Governo também se
vangloriou, quando deveu-se à atuação do Tribunal Constitucional que impediu a
fuga de mais dinheiro da economia.
O PM em jeito de ameaça ao TC voltou, há dias, a ameaçar uma
subida de impostos, caso o TC chumbe alguma das medidas aprovadas no Orçamento
de Estado, coisa única que sabe fazer, contra os mesmos de sempre, o povo
português, que parece ter memória curta.
O líder do PS, António Seguro tem um rótulo na cabeça que o
remete para a derrota. As sondagens são claras, a diferença é tão pequena que
se pode considerar uma derrota. Um governo de mentirosos e sem caráter que
tantas malvadezas fez ao povo, o mínimo que se esperaria era uma clamorosa
derrota neste momento.
José Seguro, caso fosse patriota, teria a humildade de se
demitir dizendo que tentou tudo mas não descola nas sondagens, pelo que a
liderança deve ser exercida por outro camarada. António Costa poderia inverter
a miserável percentagem exibida pelo derrotado PS.
A máquina de propaganda do PSD está a triturar Seguro, que é
acompanhado por gente nada Brilhante, pelo contrário, muito Zorrinha.
As europeias serão um teste a Seguro. Vaticino uma derrota,
que é uma vitória mínima. Segue-se as legislativas que o PS perderá mesmo, pois
a máquina está montada e a ideologia europeia neoliberal decretou o fim da
crise e os mercados irracionais que são aceitam esse decreto e Coelho será
salvo pelos caçadores do dinheiro do povo.