16/01/2014

Emiel Pauwels e a eutanásia



A Eutanásia que significa boa morte ou morte sem dor. A prática de eutanásia é suportada pela teoria que defende o direito do doente incurável de pôr termo à vida quando sujeito a intoleráveis sofrimentos físicos ou psíquicos. Os motivos que levam à prática da eutanásia são: a vontade do doente (normalmente desesperado com dores e com uma doença incurável); o caso de doentes mentais cujos descendentes seriam nocivos para a sociedade (eutanásia eugénica), e o dos doentes crónicos incuráveis, senis etc., cuja manutenção constitui uma carga para a sociedade ou seus familiares (eutanásia económica)

Isto vem a propósito de Emiel Pauwels, com 95 anos, que decidiu morrer antes que um cancro o impedisse de fazer o que sempre gostou - correr.
Era o atleta no Mundo com maior longevidade tendo ganho mais de 1000 medalhas.
Quando soube que tinha um cancro que não poderia correr mais, decidiu pôr termo à sua vida. Por um lado, mostrou medo perante a dor e doença, por outro lado, valentia perante a morte. Isto aconteceu na Bélgica é um dos países mais avançados na regulação da eutanásia, assim como, Holanda, Luxemburgo e Suíça. 
Em Portugal, tal seria impensável! Admitida por algumas culturas, a eutanásia é condenada pelos códigos penais que  costumam considerar esta prática como um homicídio. Este caso concreto é eutanásia activa acontece quando se utilizam  recursos para pôr fim à vida do doente (injecção letal, medicamentos em dose excessiva, etc..).
Caso distinto é o da eutanásia passiva, que consiste em pôr termo ao prolongamento artificial da vida humana reduzida já ao seu estado meramente vegetativo e sem esperança alguma de recuperação.

Emiel Pauwels, até na sua morte foi um atleta, com uma força e determinação incomum.. Decidiu, um dia antes fazer uma festa e dizer adeus à vida. Reuniu os seus amigos mais chegados e família (filho, etc..) e fez uma festa de despedida.
Fico atónico com este caso, não sei que dizer! É uma situação muito complexa e uma maneira  heterodoxa de celebrar a morte ou pôr termo à vida, mas compreendo.
Atendendo à sua idade avançada, tinha 95 anos, quando foi detectado o cancro com metástase, ameaçado de ficar numa cama para o resto da vida, depois de operado, na melhor das situações. Não queria sofrer aos 95 anos e não poderia voltar a fazer o que mais gostava na vida - correr e viver feliz.

Ter um sofrimento físico e psíquico que se sabe que não se pode aliviar é doloroso e muito duro. Em vez de ir morrendo aos poucos, até chegar ao um estado terminal.

Emiel Pauwels decidiu morrer feliz e acho que fez bem.