18/06/2013

Miguel Sousa Tavares e os Professores

Miguel Sousa Tavares que já esteve no Clube dos Pensadores e pela conversa que tive com ele , nada tem contra os professores. Porém tem uma ideia enviesada e distorcida do que é um professor e da sua vida pós-Sócrates.

Tem tido algumas posições que demonstra desconhecimento do que é  o trabalho de um professor , as suas obrigações mas também os seus direitos. Nesta linha de pensamento, José Manuel Fernandes antigo director do jornal Público também tem posições  incorrectas sobre os professores numa lógica da privatização do bem comum.

Miguel Sousa Tavares ,a páginas tantas, no seu comentário no jornal da noite da SIC,falou que a greve dos professores não se fez sentir e foi praticamente nula no ensino privado.

Pudera! Os professores do ensino privado enfermam de um vínculo precário e têm medo de perderem o seu emprego. São altamente explorados e obrigados a dar , horas e horas, no colégio, externato, ou na sua instituição privada. O grande número de professores no desemprego ainda faz mais pressão sobre eles.

Depois um aluno no privado paga um valor mensal e desse modo é necessário ter outro tipo de atitude e comportamento. Os professores no privado  são sensibilizados e têm isso em conta. Os alunos no ensino público tem frequência gratuita até ao 12ºano.

A questão é esta : se não queres e não cumpres o que te mandamos fazer,não há problema, vais para a rua e vem outro. A relação patrão-empregado no privado é diferente da relação patrão Estado- empregado . As leis que regem a relação ensino público e privado são diferentes e no ensino público ainda os professores têm alguns direitos . Mas a tendência é transformar o ensino público como o privado e a partir daí os professores estão reféns de uns patrões sem escrúpulos e déspotas.

O direito de fazer greve é inalienável e evidentemente a sua força depende da capacidade de fazer o maior incómodo possível e chamar à atenção.

A ideia com que fiquei é que a greve aos exames foi o limite de chamar à atenção para o drama que é hoje alguém estar no ensino como docente. Mas há gente que acha que não se pode fazer greve ou tem que se fazer quando eles acham que se deve fazer.

JJ

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