19/06/2013

Aníbal, PauloPortas, PassosCoelho


Mário de Oliveira


Ou prendemos esta trindade de Poder político, ou perecemos

 

Já não basta derrubar o Governo. É preciso derrubar o presidente Aníbal. Ele diz-se o presidente de todos os portugueses, mas é politicamente mentiroso, porque a maioria da população portuguesa com direito a votar, ou se absteve de votar, ou não votou nele. Pelo menos, neste segundo mandato. Um agravo que ele politicamente não perdoa. E, mesmo, da minoria que votou e o elegeu, muito poucos, hoje, se revêem nele. O homem nunca teve perfil para chefe de estado. Nem para chefe de governo do país. O país, com ele ao leme, como primeiro-ministro, foi seduzido a desfazer-se, e desfez-se, da sua agricultura e a abandonar, e abandonou, o mar. Encheu-se de asfalto e de carros a correr sobre ele. Os milhões de euros que, durante anos e anos, vieram “oferecidos” da União Europeia foram desviados para tudo o que era de mais estéril, mas que dava nas vistas. Como gostam de fazer os novos-ricos, completamente incultos. E Aníbal não é homem de cultura. Detesta o Poema, a Arte, a Sabedoria, a Política e a Teologia praticadas. Percebe de números, os da alta finança. E, mesmo nesta área, não vai além de simples criado de libré. Nem falar, com elevação e coração, é capaz. Por isso, é que foi escolhido pelo grande Poder financeiro, como o homem certo para destruir este país e, a partir de Portugal, toda a Europa dos povos. Primeiro, como chefe de governo. Agora, como chefe de estado e, por inerência, comandante supremo das Forças Armadas. As quais têm sido praticamente inexistentes, desde que deixaram de estar ao lado e com as populações, nas suas lutas desarmadas por pão e justiça, e recolheram aos quartéis. São Forças Armadas domesticadas. Pagas para protegerem o Poder, em lugar de arriscarem a própria segurança, o próprio bem-estar e até a própria vida, na protecção e defesa das populações contra o Poder.

 Nenhum Poder é legítimo, quando prejudica as populações. E o Poder sempre as prejudica. Nenhumas Forças Armadas são dignas, se existem para proteger e defender o Poder que sempre prejudica as populações. Voz e vez, só as populações do país as devem ter. Nunca o Poder. Não é, porém, o que se ensina e incute nos candidatos a integrar as Forças Armadas, criadas pelo Poder, para que os respectivos executivos estejam protegidos e defendidos das legítimas iras desarmadas das populações. Mas, quando há (inevitável) conflito entre Poder e Populações, as Forças Armadas têm de colocar-se, se quiserem ser dignas, na posição de proteger e defender as populações. E deixar o Poder sozinho, para que ele desapareça. O Poder é o inimigo. Vive à custa das populações. Gasta que se farta, banqueteia-se que se farta, viaja que se farta, tem privilégios que se farta e tudo à custa das populações que, depois de tudo, ainda têm de sair à rua a aplaudir os seus agentes históricos, outros tantos verdugos e algozes.

 Basta, de pouca-vergonha política. Basta, de destruição política do nosso País. Esta trindade de Poder político, Aníbal, PauloPortas, PassosCoelho, tem de ser apeada. Ela é o Poder concentrado e absoluto que se dá ao luxo de rir do contraditório, a privilegiada oposição parlamentar e a das ruas, mais pé-descalço. O intolerável, porque sem qualquer freio e sem quaisquer escrúpulos. Se as Forças Armadas não se colocam ao lado das populações e com elas contra o Poder concentrado e absoluto – e não precisam de recorrer às armas, sempre perversas, basta que se coloquem ao lado das populações e com elas, para que esta e qualquer outra trindade do Poder político vá ao fundo – então só resta às populações fazer parar o País indefinidamente. E, se necessário, viver apenas a pão e água, até que ela caia.

E depois dela cair, perguntaremos? Não! Não vamos a correr eleger outra, mais do mesmo. No âmbito do Poder, não há saída que nos dignifique. Urge concebermos e darmos à luz uma via política em que nós, populações, sejamos os sujeitos e os protagonistas. É hora de um novo começo, no nosso País e no mundo. Não de insistirmos em mais do mesmo. Dissolvam-se os Partidos políticos, como instituição de Poder político que são e que aspiram a ser cada vez mais, para que as populações, sem quaisquer messias e sem quaisquer tutores, se auto-organizem e adquiram voz e vez. Numa grande unidade política praticada que nos envolva a todos. O nosso futuro só se garante, se hoje concebermos e dermos à luz esta via política alternativa à perversa via do Poder político, ladrão e assassino das populações. Seja então esse, o primeiro dia do resto das nossas vidas.