Hoje o Clube dos Pensadores é,
sem dúvida, um espaço incontornável da liberdade de expressão em Portugal e um
espaço único onde todos têm direito a opinar sem amarras nem constrangimentos
(embora nem todos saibam aproveitar este espaço com grandeza e nobreza de
espírito). Mas ao mesmo tempo o Clube é, sem dúvida, a alma e o espírito do
Joaquim Jorge fortemente interligados que proporcionaram o seu êxito e
projeção, transversal a toda a sociedade portuguesa. Como ponto de referência
em que hoje se tornou, o seu estatuto também adquiriu uma outra dimensão com
reflexos no aumento de responsabilidades dele (Joaquim Jorge) como fundador e
de nós como corresponsáveis pela divulgação e sucesso de todo este projeto. Mas
como tudo o que é marcante e tem sucesso, também traz à liça algumas
contrariedades, quer de índole financeira, quer ainda na possibilidade de cada
um trazer ainda uma maior valia ao Clube, com ideias, sugestões e até um outro
tipo de contribuições para a sustentabilidade do próprio espaço. Falou-se aqui
em organização formal (que não de índole jurídica), em orçamento sustentado e
programado, em cotizações e até na possibilidade de outros membros substituírem
o seu fundador em caso de impossibilidade deste.
Pois muito bem. Relativamente à
organização formal parece-me que contraria um pouco este espírito naif e algo
descomprometido do Clube que lhe granjeou êxito e respeitabilidade. Quanto à
cotização sou integralmente contra, pois se existe uma conta, já do
conhecimento público, cada um vai ajudando com o que pode, dentro das suas
possibilidades e o que cada um contribui é da sua inteira responsabilidade.
Substituir o Joaquim Jorge não me parece o caminho ideal, sendo mais a favor
com aquilo que Joaquim Jorge já faz quando acha oportuno: delegar funções e
responsabilidades em membros que vão falar do Clube nas várias situações que
possam, eventualmente, ocorrer.
Meus caros o Clube precisa
essencialmente de gente que o patrocine, de gente que dê ideias e contribua
para o seu engrandecimento mas não tenhamos dúvidas, a «alma- mater» do Clube é
Joaquim Jorge e no dia em que o seu fundador der por concluído o seu trabalho,
o Clube morre com ele.
Daniel Braga
Daniel Braga