José Sócrates foi indigitado Primeiro-ministro por Cavaco Silva e agora tem dez dias para escolher os membros do seu governo e apresentar o seu programa. Arranjar nomes para formar a sua equipa não é difícil , basta mudar as pastas com contestação da oposição e da sociedade. Já a feitura do programa do governo terá que se lhe diga e aqui vemos um José Sócrates mais dialogante e humilde,pelo menos os resultados destas eleições legislativas exigiram da parte dele , outro estilo. Está mudado,evolui e cresceu . O coaching que recebeu ao longo da governação actuou como um espelho em que lhe permitiu potenciar outro caminho no relacionamento com os outros , convertendo-o numa nova versão,descobrindo uma nova solução por si mesmo para exercer a política.
Ele sabe que não tem a maioria absoluta mas uma maioria relativa. E, enganem-se quem pensa que ele não continuará a ter imenso poder . Esta flexibilidade e aparente abertura , joga a favor dele e do seu governo . Quem ditou este clima propicio ao diálogo e compromisso foi o povo ao tirar-lhe a maioria dos votos ,mas não se pode menosprezar José Sócrates , quem apresentar qualquer moção de rejeição ao programa do Executivo a curto prazo será com toda a certeza penalizado e os portugueses não o perceberão. Escusado será dizer que José Sócrates se for sujeito a uma politica de obstacularização sistemática sem um mínimo fundamento habilitar-se-á a ter de novo uma nova maioria absoluta.
Vamos ver como decorre o debate do programa do Governo e do Orçamento de Estado, Manuela Ferreira Leite já terá assento no Parlamento e os restantes líderes da oposição . O PSD precisa de encontrar um rumo e pacificar-se , mas depois a palavra é do Presidente da República.
citado este post no jornal Público P2