22/03/2008

COMENTÁRIO

Boa tarde,

Meu caro Joaquim Jorge,

Li atentamente o artigo publicado na edição de hoje do Jornal Público e concordo com algumas das situações que no escrito o meu amigo apresenta. No entanto, julgo que se deve valorizar aquilo que é, de facto, a actividade política. Parece-me, ao contrário do que muitos afirmam que é das actividades mais nobres que podemos ter no nosso dia-a-dia. Os políticos de profissão (eu penso que é preciso assumir que ser político é uma profissão, seja ela ao serviço da Assembleia da República ou numa Câmara Municipal) por vezes desenvolvem a sua actividade política com atitudes menos correctas para o pensamento da maioria dos cidadãos. No entanto, na minha opinião, não podemos meter todos os autarcas, todos os deputados, enfim...todos os políticos de profissão no mesmo saco. Na política como em todos os sectores da sociedade mundial há bons e maus políticos.
Parece-me também que é necessário que o Povo português de uma vez por todas encare as campanhas eleitorais com um pouco mais de seriedade. As campanhas eleitorais, nomeadamente para as autarquias, mais não passam (na sua maioria) do que verdadeiros arraiais festivos em que para a ceia é servido um discurso político. Parece-me que é necessário outra cultura no que à passagem das ideias e dos projectos diz respeito. É necessário que os políticos também contribuam para que os eleitores possam votar em consciência sobre aquilo que ao longo da pré e campanha eleitoral lhes é apresentado como projecto para o seu concelho.
Como queremos nós dar mais credibilidade aos políticos portugueses quando, na Assembleia da República, na minha opinião num verdadeiro atentado à democracia se quer limitar os mandatos daqueles que diariamente tentam minimizar os problemas, por vezes (muitas) desencadeados pelo poder central? A par de considerar, a questão da limitação de mandatos, um atentado à democracia. julgo ser, por parte dos deputados da Assembleia da República que votaram favoravelmente a Lei, um assumir de que a justiça em Portugal não funciona. Digo isto porque na altura da aprovação da Lei de limitação de mandatos um dos argumentos apresentados era de que a Lei iria evitar abuso e vicio de poder. Ora, julgo que colocaram todos no mesmo saco.
Muito mais poderia escrever sobre esta temática, no entanto, não quero ser maçudo e reservo-me para "segundas núpcias".

João Limas