Joaquim Jorge
O lançamento do serviço caixa postal electrónica,fornecido gratuitamente, que permite ,a todos os cidadãos com acesso à Net, receber facturas,extractos bancários, documentos emitidos por serviços públicos ( água,gás,electricidade...),empresas de telecomunicações, notificações oficiais , correio proveniente do serviço do Estado e informações dos bancos é uma boa medida .A mesma permite aos cidadãos não perderem tempo em filas desesperantes, e rapidamente resolverem alguns problemas da sua vida quotidiana. Porém, nem todos os portugueses tem computador nos seus lares e estão ligados à Net; ainda é uma miragem a universalidade, permitindo que acusem o primeiro-ministro, de propaganda, quando existem 1050 estações de correio e apenas à volta de 150 computadores instalados e nem todos a funcionar.
Este episódio do acesso à CPE,faz-me lembrar outro, em que se afirmou também peremptoriamente, que todas as escolas possuíam banda larga e umas jornalistas da Lusa, numa reportagem denunciaram que várias escolas, não possuíam esse serviço.Exerceram-se pressões a nível governamental sobre a antiga direcção da Lusa, para desmentir estas noticias, o que considero um acto lamentável.
Aliás põe-se um problema de “choque”, não tecnológico, mas entre políticos e jornalistas.Onde é que está a verdade?
Os políticos mesmo que comentam actos repreensíveis, acham que não é grave,tendo em conta a dedicação com que cumprem a sua tarefa. Eu compreendo que não é só o primeiro-ministro,mas todos os portugueses, gostariam de ter acesso à Net e à CPE,mas infelizmente é uma ilusão.Os jornalistas devem meter o nariz por todo o lado e investigarem as actividades dos homens públicos, de modo a revelarem se eles são dignos ou não dos eleitores e falam verdade.Isso deve ser feito de uma maneira honesta e sem falcatruas. Neste caso, Sócrates , não disse a verdade toda.Com que intuito? Propagandear o avanço do choque tecnológico? Avança mas devagar.
Artigo publicado na Focus em 4/07/2006