Joaquim Jorge
Portugal F.C., é uma equipa da qual eu tenho imenso orgulho, pago quotas,entenda-se impostos.O prazer imenso de ser português,sendo o futebol das poucas modalidades que nos conseguimos impor contra países mais ricos e com um poder maior do que nós. .Perante isto, dá-me um gozo enorme, ver o estádio no jogo Portugal – Holanda, tinha perto de 75% de holandeses e só 25% de portugueses. Por aqui se vê o poder económico
No Portugal – França, jogou-se por fora, o Eusébio esteve sempre na comitiva com a nossa selecção.Todavia Platini encontrava-se nos centros de decisão,ocupando um cargo na estrutura da FIFA. Este organismo está sediado,no centro da Europa e Portugal está confinado à sua pequenez, periférico. A conclusão é por demais evidente.
Figo é o expoente máximo de querer, vontade, tenacidade e de sofrimento. Claro que os outros jogadores estiveram a nível fantástico.Apesar de Scolari ter atitudes que eu não aprovo e uma forma de dirigir não consentânea com princípios dialogantes ,muito na moda nos meandros políticos portuguesespara os lados do Governo, merece os parabéns pelo trabalho feito - de uma forma inteligente e com empatia inexcedível.É pena, o gosto “kitch” ,na passadeira de entrevistados: os governantes a quererem tirar partido das vitórias de Portugal, que são de todos os portugueses que amam a Pátria e não de nenhum Governo. Aliás Scolari, além de unir o grupo de trabalho, procurou conquistar o apoio do povo português, o Governo que ponha aqui os olhos , adopte esta atitude e não estar sempre contra, os mais fracos e desprotegidos.
O fascínio que se propagou, mesmo aos mais oponentes, contagiou tudo e todos, ninguém ficou indiferente. Porém é habitual no nosso povo, uma doença bipolar, seguindo-se à euforia a depressão.
O patriotismo não se vê com bandeiras, cachecóis ou camisolas, mas com novas atitudes mentais, sem inveja, ressentimento e queixume, de forma a não obstruir o progresso.
Domingo estive pela Itália, não me perguntem porquê...
Artigo publicado na Focus em 11/07/2007