29/06/2006

FAMILIA,ESCOLA E ESTADO

Joaquim Jorge

Ter um ambiente familiar com afecto e equilíbrio, em que os pais vivam juntos e se entendam, é importante para a evolução afectiva e psicomotora das crianças. Todavia em Portugal, a situação de pais separados está a aumentar. Quando os casais se desfazem, os filhos permanecem quase sempre com a mãe e o pai afasta-se de boa ou má vontade .O Estado deveria intervir de forma a ser regra a guarda conjunta e não excepção.
Como diz Daniel Sampaio nunca a Escola foi tão importante como agora.Em Portugal assistimos a uma massificação escolar que abriu novas perspectivas aos jovens e às suas famílias, mas que se acompanham de algumas incertezas e muitas interrogações.
Vivemos numa sociedade onde tudo se passa muito depressa, que não há tempo para pensar e reflectir , com a crise económica, a insegurança assola pais e filhos. O desenvolvimento escolar das crianças, depende da estrutura familiar, mas também de uma ligação estreita, entre pais e professores, sem tiques de desconfiança mútua. Aqui o Estado, tem que permitir que os encarregados de educação, se desloquem à Escola, de forma a que, não sejam penalizados no seu emprego. Os pais não devem entender a Escola, como um depósito de crianças mas um local de saber e de ensino, em que o Estado tem que intervir na ocupação dos seus filhos, para lá do horário normal dos professores, contratando pessoal específico para desempenhar esse papel, até saírem dos seus empregos. Não acontecendo isto, muitas crianças vão para casa, ficando “sozinhas” com a Televisão. Muitas famílias não tem, uma consciência para questionar, o que se vê e é necessário sensibilizá-las que a TV, é um agente socializador,para o qual é preciso educar.
A trilogia pais filhos e professores está condenada a entender-se, para que exista uma Escola feliz e com afecto,devendo ser como uma segunda casa em que deve existir educação, disciplina e respeito pelos docentes mas também comportamentos democráticos,adequados ,estabilizados e compreensivos procurando conhecer melhor os problemas e as necessidades dos alunos.



Publicado na revista Focus em 27/06/2006