29/06/2006

Direito a Insurgir-se

...só falta dizer que os professores que não aderiram à greve vão ser premiados na avaliação do desempenho.

JOAQUIM JORGE

Os professores marcaram uma greve para o dia 14 de Junho,4ªfeira, sendo feriado nacional no dia 15 de Junho e na área de Lisboa,no dia anterior, dia 13 de Junho.
O Ministério da Educação, em vez de procurar perceber, os sinais desta insatisfação e indignação, por esta classe vilipendiada e menosprezada, em que parece, que só tem obrigações e não tem direitos, faz uma fuga para a frente, acusando os sindicatos de marcarem a greve, de forma a favorecer os seus associados,simpatizantes e professores para terem umas mini-férias.
Quando alguém marca uma greve procura ter o maior número de aderentes.Isso é inquestionável.A ministra que semeou ventos e colheu tempestades, não deve vir a terreiro, procurar minimizar os efeitos do êxito desta iniciativa, em defesa de alguns parcos direitos e não de regalias, que eu não sei aonde estão!Se alguém mas quiser explicar e dizer agradeço? O desconhecimento, do que se tem passado ao longo destes anos nas escolas, demonstram que o país tem que se virar, para a educação por bem e não contra os professores, que sempre foram o elo mais fraco.
Tentar contrapor, que o importante é discutir os efeitos da paralisação, para os outros professores, que não fizeram greve e para os alunos é uma falácia ,só falta dizer que os professores que não aderiram à greve vão ser premiados na avaliação do desempenho.
Ó Sr. Ministra o direito à greve é inalienável,consagrado na Constituição, e saiba que se os professores não aderiram mais,foi porque o dinheiro descontado nesta forma de protesto, pesa no fim do mês pois os professores, são dos corpos especiais da função pública, os mais mal pagos.
Ainda não percebeu que não se pode conquistar pessoas com luvas de boxe, arrepie caminho e perceba os sinais dados pelos professores,que estão com boas intenções e claro, há muitas coisas que tem de ser mudadas na educação, a começar no funcionamento do Ministério.Com atitudes de inflexibilidade ,o Governo de Cavaco,teve passagem para sair de S.Bento(o buzinão na ponte e o feriado do Carnaval).A história repetesse, eu lembro-me de ver um primeiro-ministro, defender os seus ministros de uma forma autista e depois foi o que se viu...