António Fernandes |
Ainda o rescaldo do desaire eleitoral nacional em que cerca de
setenta por cento dos eleitores se abstiveram de pronunciar sobre a Europa que
querem e qual o seu futuro não foi feito e já há candidatos a candidatos a um
lugar na Assembleia da Republica.
Ainda paira no ar o desconforto que a situação criada causa em
que os cidadãos se alhearam daquilo que é o seu direito primário elementar: o
de escolher a quem confiam a missão de escrever a História das Civilizações
organizadas em sociedades modernas em busca da constante melhoria da qualidade
de vida e de condições de vida consentâneas com o presente sem descurar a
salvaguarda do futuro em que as orientações políticas com suporte jurídico fazem
regra e ditam o progresso ou o retrocesso.
Ainda não assentou a nova conjuntura correlativa dos assentos no
Parlamento Europeu em que a sua configuração mudou e por isso impõe negociações
profundas que não tem soluções de algibeira por não ser um cenário de todo
previsível em que os verdes aumentam a sua representação conjuntamente com
outras organizações políticas que não as anteriores tendo estas inclusive
perdido a maioria no Parlamento de onde emanam todos os outros Órgãos por
negociação e acordo.
Ainda os atores principais não interiorizaram os reais efeitos
nem sequer sobre o facto concluíram o que quer que fosse.
Ainda os Eurodeputados não tomaram posse nem sequer se
assentaram no Parlamento Europeu.
E...
Em Braga já há o anúncio publico de candidatura a candidato de
Lista.
Não creio que este seja o melhor caminho para credibilizar os
agentes políticos de ambição desmedida ou sequer reverter essa mesma ambição
sendo que numa sociedade capitalista a ambição é um predicado e nunca um
defeito o que a torna injusta e por isso de crédito popular demasiado baixo.
O agente político tem urgência em se afirmar pela idoneidade e
lisura de comportamento para que o eleitorado lhe confira confiança. Confiança
que tem sido o calcanhar de Aquiles de um conjunto bastante alargado de agentes
políticos e que tem prejudicado seriamente a organização social em torno dos
Partidos Políticos Institucionais ao ponto de verem a sua representatividades
em queda livre em favor de outros agentes políticos cujos contornos e origem se
desconhece ao ponto de alguns deles rejeitarem uma matriz ideológica como
referencia estrutural de forma a que a sua real intenção política não seja
percetível ao eleitorado como aconteceu com CIUDADANOS em Espanha o PAN em
Portugal a extrema direita em França
Itália e Grécia entre muitos outros fatores que se articulam e conjugam
de forma a que o eleitor seja seduzido e convencido a neles votar legitimando o
poder e todas as medidas políticas que tomarem.
Nesta senda os tempos vindouros serão de extrema dificuldade
para as novas gerações em que os setenta e cinco anos depois do dia D não
auguram que a paz política e suas implicações militares estejam para durar
outros tantos anos quanto os passados em que o equilíbrio social e a paz tem
sido a tónica.
A denominada “geração rasca” começa agora a chegar ao poder
político em massa semeando o conhecimento que colheu enfeudado a uma educação
fechada de índole estrutural em um modelo de sociedade capitalista de que não
se liberta por mais que o apregoe porque não existe método social de alteração
da matriz cultural ainda. Salvo se por casualismo ou luta de povos por direitos
acontecer um conjunto de dinâmicas propicias a que por via dessa militância a
estrutura intelectual seja profundamente alterada. O que genericamente não
acontece desde a Revolução de Abril de 1974.
Ora os Partidos Políticos conjuntamente com organizações
sindicais e outras formas de organização emergentes das revoluções agrária e
industrial tem sido ao longo da Historia recente a par de um conjunto de
pensadores e filósofos os grandes propulsores das correntes do pensamento
progressista que tem guindado com a robustez necessária a correlação de forças
mundial no sentido da resolução das contradições constantes de um mundo com
sociedades em permanente mudança.
Simplesmente o pilar estrutural do intelecto dos indivíduos não
tem sido mudado no sentido de acompanhar as mudanças referidas uma vez que quem
os controla são entidades conservadoras ligadas ao poder arcaico sempre em
resistência tenaz.
Este é o principal motivo que tem nos filhos do capitalismo
fieis e por isso seguidores. Motivo pelo qual urge reformar o conhecimento e
toda a sua escola!