25/06/2019

A História é sempre conclusiva!




António Fernandes 
A teoria do centro é uma teoria meramente académica uma vez que no espectro político o "centro" não é centro de coisa nenhuma.
Assim sendo, a divisão política entre esquerda e direita faz todo o sentido uma vez que a realidade conjuntural da vida não é, nem em tese, nem em teoria, algo que se possa manipular ou "saborear" a belo prazer dos que, de "barriga cheia", acantonados à direita do senso comum sobre ciência política, dissertam sobre uma panóplia de opções de orientação ideológica e política que se perde em rasgos profundos na divisão social.
A esquerda e a direita do pensamento.
A esquerda e a direita da concepção política e social.
A esquerda e a direita da vida em comunidade.
A divisão entre explorado e exploradores!
Depois, temos os pensadores da mediação entre os detentores dos meios e os que servem esses mesmos meios.
A social democracia.
No entanto, a grande maioria dos executantes dessa mediação política, acabam por ser confrontados com a opção política entre a esquerda e a direita do senso comum sobre os objetivos do serviço público. Acaso que redundou, nomeadamente no seio das comunidade Nórdicas, e também em comunidades altamente industrializadas com necessidade de políticas públicas de regulação da qualidade de vida, numa prática política de esquerda.
Voltamos assim ao senso comum. Entre a direita e a esquerda. Entre as razões sociais da generalidade das populações e as razões individuais de uma minoria de cidadãos detentores da riqueza global produzida pela maioria subserviente.
De que é de elementar justiça ponderar sobre uma questão.
A questão...
Pois... A questão?
- É que as sociedades continuam divididas entre os mais pobres e os mais ricos!
E alguns perguntam:
-     E os remediados?
A que o senso responde:
-   Os remediados não existem.
Porque, um remédio atenua. Nunca resolve.
E os grandes pensadores continuam tão atuais quanto o eram no seu tempo.
Passaram por entre "os pingos da chuva" muitos dos que  tentaram rotular de, pensadores contemporâneos em áreas como:
- a economia;
- a ciência social;
- a ciência política;
- entre muitas outras áreas;
Mas que nada vieram acrescentar ao anteriormente  esplanada como sendo o pensamento sobre a evolução das sociedades e da sua organização social e política enquanto comunidades em mutação permanente.
Acontece que, a história não é um acontecimento de "diversão" ou de "explanação" do pensamento.
A história é o registo daquilo que, de facto acontece!
E o que acontece, tem sido o ajustamento da oferta às necessidades da procura das sociedades mais, ou menos, civilizadas.
Sendo que por civilização se deve ter em linha de conta a cultura. Num quadro em que esta, assume ser o cerne do pensamento comum que gera a necessidade do saber mas também estuda o consumo sustentável ,em sintonia com o o conhecimento indispensável.
Neste momento assistimos a uma crispação social de conjuntura  de transição.
Crispação essa que resulta de factores similares, na essência, aos factores conhecidos de transição de estádios que a Humanidade percorreu ao longo da sua existência e muitos mais terá de percorrer face à utopia que a perfeição contempla.
Nada de novo, por isso.
Mas, com cada vez mais motivos de preocupação.
Perante esta evidência a conjuntura torna-se linear mesmo que não aceite pelas classes dominantes:
- Se por um lado a esquerda aponta a descoberta como motivo da evolução social.
- Por outro lado, a direita, aponta o retrocesso civilizacional como sendo a fórmula para a estabilidade pretendida.
Há nestas duas dinâmicas, estádios civilizacionais pretendidos diferentes: na forma e no conteúdo.
Há também contradições de interesse gritantes entre a produção e o consumo. Uma delas é a dispensa da manufactura. Dispensa que diminui o consumo o que implica a diminuição da produção e por consequência a diminuição das mais-valias.
A esta evidência acresce procura de outros mercados geradores de mais-valias. Sendo o mercado da dívida soberana o mais procurado pelos detentores dos meios. Financeiros no caso.
Ora, voltamos ao binómio esquerda e direita.
A esquerda que ajuíza a irracionalidade de uma dívida soberana.
A direita que centra o seu esforço no acumular dessa mesma dívida e dos juros consequentes, ajuizando ser a economia o centro gravitacional da evolução das sociedades modernas.
E não é.
O centro gravitacional das sociedades modernas resume-se a uma condição: qualidade de vida!
Condição que quando não existe gera conflitos sociais de dimensão imprevisível em que as respostas a dar serão sempre soluções políticas de conteúdo ideológico de esquerda ou de direita.
Obviamente de que as concepções ideológicas também evoluíram acompanhando o conhecimento gerado pela evolução das sociedades. Evolução essa inserida nos princípios e conceitos dos seus ideólogos e mentores.
No meio de tudo isto, as guerras que alastram por este mundo fora são o culminar da luta ideológica em torno de objetivos políticos. Tenham o rosto, - terrorista ou de defesa da ordem -, que tiverem.
Tenham a designação e as razões de suporte que tiverem.
Porque, as guerras são sempre injustas!
As guerras são sempre um meio de repressão para assegurar garantia de acumulação de riqueza de que os detentores dos meios bélicos, tenham a forma que tiverem, saem sempre a ganhar enquanto que, a civilização sai sempre a perder!
Pode até retroceder, simplesmente, será sempre um episódio para relatar na História  porque, efetivamente, no cômputo geral a História das civilizações deixou e, continuará a deixar marcos que ultrapassa com a liberdade que lhe é intrínseca.